Marcos aposta em maquiagens “bizarras” para vencer timidez

Acredite: por trás das maquiagens “bizarras”, Marcos esconde bastante timidez. Por isso, ele não se monta como drag, mas pinta a cara e se transforma como uma – pelo menos no rosto. No seu perfil do Instagram, o jovem de 22 anos compartilha o resultado das makes com um toque de edição digital. Não se considera um artista, mas traz um híbrido de artes.

“Não consigo me definir ainda, mas acredito que me encaixaria melhor como um ‘maquiador digital futurista’, buscando trazer montagens fora do cotidiano. Eu não sinto vontade de me montar como drag – admiro quem se monte – mas acho um trabalho muito intenso, de ‘corpo e alma’, e pra isso sou muito tímido”, admite.

Por trás do trabalho de consultor de vendas, Marcos sempre gostou e admirou a arte das transformações pela maquiagem. Pelos amigos que se montam, recebia incentivo e várias dicas de apoio. Sua maior inspiração é Fecal Matter (mesmo nome da primeira banda de Kurt Cobain), dois amigos e artistas do mundo drag que usam sua expressão pessoal para “chocar” o mundo.

Assim como a dupla canadense, Marcos se “pinta” de verdade, tira fotografias e manipula as imagens no Photoshop, retirando imperfeições – até mesmo os próprios olhos – e acrescentando efeitos de luz e sombra, elementos gráficos, fundos cenográficos falsos e mais, tudo isso em diferentes estilos de arte digital.

“Acabo pesquisando referências e tiro muitas das minhas inspirações na Fecal Matter, que eu sou fascinado. Sempre comento com algum amigo pra ver se é possível fazer, pego sugestões e faço. Particularmente, amo essa mistura de pré/pós-produção, trazendo algo meio de ‘alien’, sinistro, um fashion meio grunge”, esclarece.

Marcos afirma que adora ver a reação das pessoas ao ver suas fotografias no seu perfil do Instagram e depois encontrá-lo presencialmente – “é o que mais choca”. E, como para várias outras pessoas que aproveitaram a inércia para realizar algo novo, o jovem também começou o processo das maquiagens e artes digitais durante a pandemia de covid-19.

“Via muitos amigos meus se maquiando e montando, mas eu só ficava na observação. Meses atrás, na pandemia, decidi tomar uma iniciativa. Acabei gostando desse primeiro resultado e fui dando continuidade”, disse.

Mesmo na timidez, Marcos criou coragem e compartilha cada vez mais suas artes híbridas na internet. “Pra mim, foi uma questão de desconstrução interna, de colocar a cara a tapa e, claro, estar preparado para receber todo tipo de críticas. Mas tá dando certo”, finaliza.

Para ver muitas outras artes "bizarras", confira o perfil de Marcos no Instagram.

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