Mário madruga em escritório à céu aberto e vai parar no Google Maps

O corretor de imóveis Mário Galvão, de 68 anos, jura que sua rotina começa às 4h da manhã. Depois do café e de colocar a gravata, ele sai do Bairro Tiradentes e vai para a Rua Alagoas, no Jardim dos Estados. Lá, monta seu “escritório” a céu aberto, onde espera por clientes para conversar sobre imóveis.

Ou pelo menos essa é a intenção, pois nem sempre são clientes que passam por ali. Amigos, vendedores ambulantes, motoristas nos carros, o tempo inteiro alguém chama por Mário para conversar sobre os diversos assuntos.

“Tudo aqui é com muita amizade, muitos amigos de infância vêm aqui me ver, outros passam por aqui e não deixam de buzinar”, explica.

É nascido no Rio Grande do Norte, mas cresceu em Paranaíba, município a 411 quilômetros da Capital. Mário é corretor de imóveis há 10 anos e durante esse tempo sempre fez da Rua Alagoas seu “ponto”. “Aqui é o PE, que significa “Ponto da Esperança”, pois o vendedor sempre tem que ter esperança”, detalha.

Munido de cadeiras, para clientes ou “visitas”, e uma garrafa de água, Mário faz seu “expediente” até mais ou menos umas 10h30 da manhã. “Inclusive, sempre faço questão de vir de roupa social e gravata”, comenta.

No início, ele ficava ali apenas uma vez por semana. “Era somente aos sábados. Mas com essa pandemia, eu fiquei com muito medo de escritório fechado, então venho para cá todos os dias, logo cedo”, explica.

Agora, com a frequência que foi que fica ali, já foi até “capturado” pelo Google Street View. “Eu vi esse ponto aqui e achei bacana. Sou o único corretor que fica aqui, nunca teve outro. E aqui já me rendeu muitas vendas e boas conversas”, detalha.

As únicas circunstâncias que o tiram do ponto são chuva e frio muito intenso. “Eu estou sempre com um olho na previsão do tempo. Porque se estiver chovendo demais ou com muito frio, as pessoas nem aparecem, então não adianta muito”, expressa.

Ele também diz que já decorou a rotina de quem passa por ali com frequência. “Eu sei exatamente em que horário algumas pessoas passam por aqui, pra trabalhar por exemplo”, reforça. “Mas é muito tranquilo, eu gosto daqui e gosto da minha profissão”.

Mário é corretor pelo mesmo tempo em que ocupa o espaço na Rua Alagoas. E diz que, trabalhar ao “ar livre” foi a solução ideal. “Hoje tem tudo isso de tecnologia, mas eu prefiro o presencial. Porque é olhando para o cliente que você consegue atendê-lo melhor, você se sente se a pessoa está interessada e assim consegue atendê-la melhor”, expressa.

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