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Comportamento

Máscara adaptada é saída para barbudos em tempos de coronavírus

Se para as mulheres o cabelo é intocável, para os homens a barba é sagrada e não tem vírus que faça eles tirarem os pelos

Alana Portela | 20/07/2020 07:04
Marcos Maluf usando usando a  máscara adaptada para quem tem barba grande. (Foto: Henrique Kawaminami)
Marcos Maluf usando usando a  máscara adaptada para quem tem barba grande. (Foto: Henrique Kawaminami)

Usar máscara adaptada é a saída dos barbudos para se protegerem do coronavírus e ainda manterem a identidade pessoal. Se para as mulheres o cabelo é intocável, para os homens a barba é sagrada e não tem vírus que faça mudar isso.

“Gosto mesmo, me identifiquei e hoje não tiro por nada. Já faz uns quatro anos mais ou menos que não tiro totalmente a barba”, comenta o repórter cinematográfico, Alex Machado. “Ter uma barba grande dá muito mais trabalho, mas vale a pena, eu curto”.

Aos 38 anos, ele fala sobre o apreço que sente pela barba, que mede uns quatro dedos. Os pelos já se tornaram parte da sua personalidade, por isso, a hipótese de retirá-los completamente ainda nem passa pela sua cabeça. Quando a pandemia se instalou em Campo Grande, Alex não encontrou uma máscara adequada e teve de usar a no tamanho comum.

Alex Machado também conseguiu encomendar uma máscara adaptada para usar. (Foto: Arquivo pessoal)
Alex Machado também conseguiu encomendar uma máscara adaptada para usar. (Foto: Arquivo pessoal)

“Usei no começo, mas ficava ridículo. Sobrava mais da metade da barba para fora”, lembra. Não demorou muito e surgiram os pedidos para que Alex se desfizesse da barba. “O povo começou com essa conversa de que a barba segurava vírus”.

Foi então que ele teve a ideia de encomendar uma máscara adaptada. “Procurei uma amiga e perguntei se dava pra fazer uma máscara maior pra mim. Ela topou, mediu e fez”.

Apesar da barba grande e da máscara adaptada, Alex explica que os cuidados são os mesmos. “O normal de qualquer pessoa. Ter uma barba grande requer mais higiene que o normal, então, lavo e passo os produtos para hidratar e modelar. Em relação ao calor, acredito que seja igual a qualquer um que usa a máscara, incomoda, a falta de ar é a mesma coisa”.

O fotógrafo Marcos Maluf também teve dificuldade de encontrar uma máscara adaptada e chegou a usar um capuz como proteção. “Era como se fosse uma manga grandona de camisa, colocava no pescoço e cobria até o meu nariz. Fazia isso justamente porque não achava esse tipo de máscara adaptada”, recorda.

Tempo depois, conseguiu encontrar uma máscara adequada para seu rosto através de um amigo. Aos 34 anos, ele comenta que deixa a barba crescer há quase dois anos, pois queria saber como ficaria com os pelos.

Antes da pandemia, Alex trabalhava sem a máscara e deixava a barba à mostra. (Foto: Arquivo pessoal)
Antes da pandemia, Alex trabalhava sem a máscara e deixava a barba à mostra. (Foto: Arquivo pessoal)

“No meu outro emprego, entrei jovem e lá não podia ter barba, por isso nunca soube como era a minha. Vai fazer uns dois anos que sai do serviço e desde então, deixei a barba crescer e gostei de ficar barbudo”. Questionado se tiraria a barba ele diz. “Quem sabe um dia retiro, mas por enquanto, não tenho essa intenção”.

Sem apego - O delegado da DEH (Delegacia Especializada de Repressão a Homicídios), Carlos Delano relata que deixou a barba crescer porque não teve tempo de ir à barbearia. “Demorei a ir à barbearia porque o trabalho estava corrido. Quando me dei conta tava bem grande e deixei”.

O delegado Carlos Delano usando a máscara adaptada. (Foto: Henrique Kawaminami)
O delegado Carlos Delano usando a máscara adaptada. (Foto: Henrique Kawaminami)

No começo, ele também teve essa dificuldade de achar a máscara certa, até que foi presenteado com uma, pelo nosso personagem acima, o Alex Machado e a repórter Ana Lívia Tavares. “A máscara normal não serve. Tem que comprar uma específica, maior. Eles viram que a máscara comum não me servia por conta da barba e me deram de presente”.

Delano comenta que não se lembra quando passou deixar a barba crescer. “Não estou contando o tempo. Às vezes corto um pouco, às vezes deixo crescer mais”. No entanto, prefere não se apegar muito aos pelos. “Não creio que faça parte da personalidade não. Hoje uso e está ok. Amanhã não sei. Não quero por muita energia nisso de cultivar barba. É só uma barba”, destaca.

Questionado se em algum momento alguém pediu para que retirasse a barba, ele diz que não, e já questiona: “Barba e cabelo, qual a diferença? Lavar diariamente. Mesmos cuidados que se tem com o cabelo”.

A máscara cobre parte da barba, boca e o nariz de Marcos. (Foto: Henrique Kawaminami)
A máscara cobre parte da barba, boca e o nariz de Marcos. (Foto: Henrique Kawaminami)

Encomendas – Em Campo Grande, as costureiras Ana Paula Cabreira, 31, e sua mãe Ana Lúcia Cabreira, 51, estão produzindo as máscaras adaptadas para os barbudos. “Estamos fazendo desde abril. No início era só no tamanho padrão, mas depois passaram a surgir os pedidos”, dizem.

As máscaras são feitas com o tecido TNT e podem ser de uma ou duas camadas. “Tem de 40 e 60 fios, fazemos máscaras com dupla camada de proteção. Mas, quando é na gramatura 80, fazemos apenas uma camada para a pessoa conseguir respirar melhor”.

Sobre os cuidados com a máscara adaptada, Ana Paula explica. “O tempo de troca é o mesmo ou menor porque o material é mais fino que o de tecido. Porém, os cuidados são os mesmos, passar álcool antes do uso, lavar”.

Para produzir esse tipo de máscara, as costureiras precisam verificar as medidas do rosto e o tamanho da barba. O valor é R$ 30,00 e são dez unidades por pacote.

Serviços – Encomendas das máscaras adaptadas podem ser solicitadas pelos contatos (67) 9 9 102-0273 ou pelo (67) 9 9168- 9542.

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