Na arte e na vida, Jaqueline é fortaleza para filho em tratamento
Há 2 meses, Pietro foi diagnosticado com câncer e entre idas e saídas do hospital, ela pinta para se distrair
A pintura apareceu cedo na vida de Jaqueline de Souza Gomes, de 25 anos, que desde criança gosta de brincar com a arte. Entre pausas e retomadas, as telas artísticas voltaram ao cotidiano dela. Há dois meses, o filho mais novo foi diagnosticado com câncer e enquanto o acompanha no tratamento, ela pinta para se distrair.
Aos três anos, Pietro de Souza Gomes precisa fazer mais oito sessões de quimioterapia para tratar o neuroblastoma, que é um tipo de câncer que costuma atingir as glândulas adrenais acima do rim.
Quando soube que o caçula estava doente, Jaqueline entrou em desespero, chorou por dia até que aceitou que não poderia fazer outra coisa senão estar ao lado dele. Para conseguir fazer o tratamento, eles saíram do interior do Estado rumo à Capital.
Nos corredores da AACC-MS (Associação dos Amigos das Crianças com Câncer), Pietro vive um dia comum brincando de construir fazendinha com uma amiga. No dia anterior estava no hospital e as marcas da passagem pelo local são os pequenos roxinhos no braço de onde foi coletado sangue.
Enquanto o filho brinca em outra sala, Jaqueline acompanha a aula de pintura oferecida pela instituição. As colegas colorem os desenhos feitos no tecido e é nesse meio tempo que a mãe conta um pouco da própria história.
A primeira parte da conversa é sobre os quadros e a pintura. “Quando eu estudava no Ensino Médio tinha uma professora que dava curso de tela. Aí eu participei e foi onde aprendi mais algumas técnicas e comecei a pintar. Aprendi muitas coisas novas”, recorda.
O gosto pela pintura fez Jaqueline continuar fazendo telas, porém fez uma pausa quando engravidou do primeiro filho, o Diego, que agora tem cinco anos. “Depois que engravidei do meu primeiro filho parei de pintar e me dediquei mais a ele. Agora depois deles ficarem grandinhos voltei a pintar de novo, estava vendendo tela, mas não muito bem. Acho que o povo acha caro”, comenta.
Dona de casa, Jaqueline neste ano encontrou uma forma de continuar exercendo arte e lucrar com ela. Ao invés das telas, os desenhos feitos terminam como adesivos nas unhas de diversas mulheres que compram o material.
Diagnóstico - A descoberta do câncer do filho, segundo ela, foi um aviso divino. Pietro estava em casa quando caiu e passou os dias seguintes se queixando de dor. “Ele caiu, bateu a barriga bem do lado que tem o tumor dele. Eu falo que Deus fez isso pra me avisar. Depois do tombo ele começou a sentir muita dor na barriga, ele reclamava todo dia e a barriga começou a ficar inchada”, fala.
Assim começaram as idas ao hospital que até hoje não cessaram. O primeiro baque foi ouvir da médica que o filho tinha um tumor na região. “Quando ela falou que era tumor a gente já imagina o que é. Comecei a chorar”, diz. Na época, o diagnóstico não foi definido e Jaqueline ouviu de diferentes médicos que o filho poderia estar com leishmaniose ou esquistossomose.
Quando foi constatado o câncer, os dois vieram para Campo Grande. Mesmo a distância, Jaqueline mantém contato frequente com o marido e o filho que ficaram no interior. Devido às sessões de quimioterapia, Pietro deve fazer aniversário em dezembro longe do irmão e do pai.
Pelo caçula, Jaqueline se diz mantém forte. “Hoje eu tô melhor, tô conformada. Pelo meu bem e do dele tento ser forte”, destaca.
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