Na hora da "fofoca raiz", agachar ao chão para bisbilhotar é o de menos
Pega no pulo pela cunhada, jovem nem escondeu a vontade de espiar pelo portão a baixaria alheia do vizinho
Até onde vai a nossa vontade de ouvir uma boa fofoca alheia? Segundo enquete publicada pelo Lado B no sábado (6), quando a treta rola solta 60% dos leitores juram que fogem da fofoca e 40% assumiram que também correm... mas para ouvir.
No caso da jovem Karolina Silva, 20 anos, pelo visto, a ansiedade de saber o que estava acontecendo na rua da casa da cunhada, no bairro Los Angeles, ultrapassou qualquer dignidade. Ao ouvir a gritaria na vizinhança, simplesmente agachou ao lado do portão e colocou suas “antenas” a trabalharem. O ela não esperava, porém, é que a amiga gravou tudo, postou na internet e ainda marcou o Campo Grande News nas redes sociais.
“Nós tínhamos acabado de chegar em casa. Por uma questão pessoal, Karol estava meio borocoxô e, como sempre vivemos juntas, chamei ela para fazer uma noite das meninas. Eu estava sentada no sofá fuçando o celular e quando vejo ela saiu correndo, e já agachada no portão a ouvir uns vizinhos barraqueiros”, disse Karollayne Cristina de Souza, 20 anos, que além de amiga também é cunhada de Karol.
Karollayne explicou que a situação do momento nada mais era que um casal da mesma idade que elas duas a discutir sobre quem é que iria dirigir o carro. “Admito que sou curiosa e também fiquei lá ouvindo tudo, apenas não agachei que nem a Karol!”, brinca.
“Quando a discussão parecia ter terminado, foi aí que veio mais gritaria ainda. Karol se assustou mas não tirou o ouvido do portão por um minuto. Daí resolvi gravar um vídeo para dar uma zoada nela depois”, esclarece a cunhada.
Confesse: você também está curioso para bisbilhotar a baixaria de um vizinho que nem ao menos seu é.
Não tem problema, confira o desenrolar no vídeo abaixo:
Fofoca raiz – Colocar o copo atrás da porta, ficar de espreita na janela de casa, conferir o outro lado do muro, dar uma bisbilhotada na fresta da porta, ouvir conversa alheia no telefone… nada é melhor do que uma “fofoca raiz” – pelo menos para quem pratica.
"Não tenho vergonha em dizer: sou uma fofoqueira nata. Faz parte de quem eu sou!", brinca a acadêmica de enfermagem Caroline Camargo, 20 anos. Mesmo ela sendo uma jovem da "geração on-line" – que nem as duas "bisbilhoteiras" do vídeo –, ela afirma:
Nada é melhor do que a fofoca ao vivo. Coração dispara, e é muito mais gostoso".
No bairro onde mora, no Jardim Aeroporto, tem coisas que ela acaba descobrindo pela sua característica que na realidade preferia nem saber.
"Já vi vizinho jogando panela, gente correndo com faca na mão atrás do outro, uma lista de baixarias sem fim. A questão não é minha curiosidade, eu verificar o que acontecia, mas é que certas coisas não cabem a nós. Por mais que eu não concorde com situações que presenciei, não vou ser eu mesma indo lá que vai resolver. Então prefiro ficar na minha assistindo de camarote", justifica.
Já para Miriam Lúcia Queiroz, 53 anos, a questão da fofoca raiz é que faz parte da cultura brasileira. "Não só já fiz como tenho uma experiência em andamento. Minha vizinha é pior que a personagem da Bruxa do 71 de 'Chaves'. Temos um sistema avançado de vigilância devido a ela, que sabe de tudo que acontece na rua de casa. Já teve vezes dela avisar a visita minha que eu tinha acabado de chegar em casa, bastava conferir debaixo do portão", diz.
Somos da cultura do 'tititi'. E é claro que a fofoca fora do digital é bem mais legal. Diria até que é saudável nos 'atualizarmos' vez ou outra", brinca Miriam.
“Infelizmente, por conta da pandemia, parece que as fofocas ultimamente só nascem e morrem no meio digital, que é como eu e Karol temos feito. Agora, perder a oportunidade de uma treta quente da hora? Jamais”, confirma Karollayne, a jovem que gravou o vídeo.
Mas não é todo mundo que entra na jogada. Para o "tiozão" e engraxate Josias de Oliveira, 61 anos, que interpreta sua profissão como um "psicólogo prático" nas ruas do Centro, o melhor que temos a fazer é ficar longe das mentiras e difamações.
"É muito bom trocar ideias, amenidades, saber da vida dos outros sim, mas não na maldade. Isso necessariamente não significa ser fofoca, mas falar sobre tudo e compartilhar histórias com os outros. Nisso, a gente até evolui. O que for de ruim, esquece", finaliza.
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