Nas aldeias, Dia do índio tem homenagens legítimas em movimentos de luta e sabor
Nas maiores aldeias de Mato Grosso do Sul os preparativos para o Dia do Índio começaram há semanas. As comunidades fazem do 19 de abril o momento de celebrar a resistência e de mostrar que, apesar do massacre de séculos e do poder econômico do agronegócio, que emperra decisões favoráveis na Justiça, ninguém desiste da luta que mantém viva a cultura desses povos pelo Brasil na briga pelas demarcações.
"Mantemos a tradição de nossos ancestrais, as nossas danças, a nossa língua e a nossa forma de organização social", reforça Linda Terena, uma das organizadoras da festa nesta quinta-feira na aldeia Àgua Branca, em Aquidauana.
Há mais de 30 anos, as comunidades terena da região são exemplo dessa persistência, em busca da demarcação da Terra Indígena Taunay-Ipegue. Em 1999, os estudos demarcatórios começaram e em 2004 foi identificada área tradicional de 33.900 hectares, mas até agora o processo não foi homologado.
Hoje, além de lamentar a morosidade, os índios mostraram com música e danças a determinação de permanecer firmes. Independente da etnia, da região Sul, ao Pantanal, vestiram roupas tradicionais, pintaram o corpo e serviram pratos típicos à base de mandioca, como biju e hihi, para comemorar o Dia do Índio unidos.