Nem solidão da pandemia "libera": 63% dizem não ir mais a motéis
Conforme os leitores, mesma pandemia que isola o mundo também "aprisiona" nosso tesão interior… será mesmo?
A pergunta foi prática e "rapidinha": você ainda frequenta motéis? A enquete lançada pelo Lado B no dia de ontem (24) questionou se os campo-grandenses realmente nunca mais deram uma passadinha nesses estabelecimentos à procura de uma "escapadinha" pandêmica. Dos votos, 63% afirmaram categoricamente que já nem se lembram mais o que é isso.
Difícil de acreditar, não é? A mesma pandemia que aprisionou o mundo não extinguiu o nosso tesão interior. Pior, para alguns até aumentou. Assim, o único grito de liberdade durante tanta quarentena e lockdown vinha – para essas pessoas – de um quarto privativo, em que só as paredes, a cama e os lençóis puderam testemunhar com prazer.
E segundo elas, o percentual de 12% dos leitores que responderam na enquete ainda ir com certa frequência aos motéis, ou então outros 25% que alegaram raramente ir, não condiz com a realidade.
Pois bem, o Lado B resolveu investigar isso daí. Ao conversar com dois grupos de jovens que preferiram não se identificar – um de meninas e outro de rapazes, ambos entre 24 e 31 anos – a pandemia mudou muita coisa, é verdade, mas não a vontade de uma "rapidinha".
"A última vez foi quando eu estava aí na Capital", disse uma campo-grandense que ainda estuda fora do Estado de MS. Algumas amigas acompanharam: "nossa… nem me lembro da última vez!". Isso até porque elas já moram sozinhas e não precisam dividir espaço com a família, o que pelo lado da privacidade – das relações sexuais – é bom.
"A gente já estava na pandemia nessa minha última vez. Sendo sincera, nem pensei na covid. Só queria afogar o ganso", brinca. Já outra garota revelou: "semana passada eu colei em um motel. Corona nenhum me faz passar essa necessidade".
Para os rapazes, parece que a pandemia até deu uma "acelerada" nos encontros amorosos. "Aplicativo anda fervilhando, até porque muita gente anda necessitada", disse um. Outro adicionou: "como homem solteiro, sem festa, balada, saidinha pros rolês, imaginei que minha vida sexual iria ficar no 'menos um'. Mas pelo contrário, admito que até deu uma crescida. E não perco a oportunidade", justifica.
Internet – Nas redes sociais do Campo Grande News, muita gente esculachou o "estagiário" aqui pela reportagem um tanto quanto "sedenta". Gente, independente de ser estagiário ou não, assim como o seu tesão o meu também anda a mil. Aguardando convites.
Brincadeiras a parte, a piada continuou rolando solta: "nunca nem vi, desconheço", disse uma usuária sobre sexo em motéis. Para um homem, "meu esquema preferido" revela sobre continuar a ser um assíduo frequentador. Outros comentários ficaram em cima do muro, de "quem nunca" a "quem me dera".
Já para uma moça, "se eu não nem antes da pandemia imagina agora" – e ficou chupando dedo. "Quem precisa de motel se só sair de casa já estamos sendo f* todo santo dia?", escreveu um rapaz com os nervos a flor da pele.
Até um motorista de aplicativo resolveu deixar o seu relato: "só este mês fui três vezes no motel a trabalho, peguei mulheres e as levei ao destino de casa", afirma.
Cuidados – Mesmo não sendo serviços essenciais, não há impedimento dos motéis – assim como "primos" hotéis – de funcionarem. Mas o problema em si não é necessariamente frequentar as "casas de amor". A questão é ir naquele que não tenha os protocolos de biossegurança em dia, mais ainda acompanhado de um outro alguém que você não tenha convívio. O ideal, no caso, são casais com relacionamento fixo optarem por "gozar" esses espaços, e não "crushes" de última hora ou "amantes" descompromissados.
Para os infectologistas, a recomendação é que o próprio cliente permaneça de máscara o tempo todo até dentro do quarto. Também, sugestão levar seu próprio álcool 70% para que, em eventual contato com superfícies sujas com gotículas de secreção respiratória de outrem, possa haver higienização adequada. E nada de encostar a mão no próprio rosto ou do acompanhante, muito menos na boca. É difícil mas se trata de um ato necessário.
A Associação Brasileira de Motéis (ABMotéis) até disponibilizou uma cartilha com orientações de higiene e desinfecção aos empresários do setor. Nela, há instruções de como limpar desde a recepção aos ambientes mais íntimos, como banheiras, chuveiros e camas. Em Campo Grande, alguns estabelecimentos fazem questão de não somente divulgar ofertas e dias promocionais, mas que também estão assegurando esses protocolos de biossegurança.
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