Neuza transforma amor por sanfona e orgulho do pai em tema de festa
Aos 71 anos, nem covid e nem separação abalaram o amor que Neuzinha Chamamezeira tem pela vida
O aniversário de 71 anos de Neuza Almeirão dos Santos, a Neuzinha Chamamezeira, foi um dos mais marcantes para a família. Isso porque ela sobreviveu a uma internação de 33 dias por causa da covid no ano passado, superou uma separação nesse ano e começou a carreira de pecuarista. Cada detalhe da festa de aniversário foi pensado para contar a história de dona Neuza, que neste ano, celebra a vida e os recomeços. “Deus provê e Deus proverá sempre”, é o que ela sempre diz.
A história de Neuza começa em Ponta Porã. Ela diz que sempre quis tocar gaita, mas o pai, que na época era leiteiro, não tinha condições de comprar o instrumento. “Ele sempre me respondia: “Mas, minha filha, eu só sou um leiteiro”, recorda.
Até que um dia, houve uma rifa no qual um dos prêmios era uma gaita e foi sugerido ao pai de dona Neuza, comprar uma rifa. “Ele não tinha nem dinheiro para comprar, pagou em leite meses depois. Para mim, ele disse: “Vamos ver se você tem sorte”. E eu respondi: “Eu tenho sorte e vocação””. E sorte sorriu para dona Neuza mesmo, pois foi assim que ela conseguiu sua primeira gaita chamada La Florentina, quando tinha 16 anos.
Com o instrumento em mãos, dona Neuza passou a ter algumas aulas, mas se empolgava e aprendia músicas sozinha. Ama tocar uma moda antiga e apenas de ouvir a melodia consegue acompanhar qualquer música na gaita. E ainda de acordo com uma das filhas, a empresária Miriam Barbosa Risden, de 40 anos, é a alma de toda festa. “Ela é a mulher que traz alegria. Nas reuniões familiares, é ela quem sempre anima com a música”, comentou.
Toda a decoração da festa fez uma homenagem à trajetória de dona Neuza. Em uma semana, Miriam, junto com um “batalhão” de ajudantes de sua equipe, montou uma festa com cada mínimo detalhe elaborado com todo carinho, charme e capricho. A decoradora Priscila Ribas transformou toda ideia em realidade.
“A gente trouxe os galões de leite, toda decoração mais rústica, para lembrar a história dela, do pai dela e fazer todos os aspectos da festa contar a história dela”, detalhou Miriam. “Tudo me fazia lembrar meus tempos de guria. Limpei muitos desse galões de leite”, riu dona Neuza.
Na festa, realizada ao ar livre entre familiares no quintal amplo da casa, obviamente, não podia faltar o bom churrasco e ainda, para entretenimento de todos convidados, um touro mecânico.
Até cada docinho trazia decoração musical e as iniciais de dona Neuza, feitas com todo capricho das mãos das doceiras das Três Irmãs Doces. A música ficou por conta de Vilela e Marco Aurélio, com Heider Barbosa no violão, Marcelus Anderson no acordeão e Fábio Kaidar na harpa.
A festa veio não apenas para celebrar a nova idade de dona Neuza, mas para celebrar um novo marco na vida dela, pois 2021, é um ano que representa determinação, garra e força para toda a família.
Em dezembro do ano passado, a família passou pelo pesadelo de ver dona Neuza ser internada e intubada por causa da Covid. Ela ficou 33 dias no hospital, destes, 12 em estado gravíssimo com intubação. A família se desdobrou para conseguir transferir dona Neuza para São Paulo, onde ela foi atendida no Hospital Sírio Libanês. “Foi tudo graças aos meus filhos. Minha sorte é meu filhos”, expressou.
De acordo com Miriam, a forte fé que dona Neuza tem, reforçou a fé de todos e ajudou nesse momento difícil. “Antes dela ser intubada, ela me disse: “Deus provê e Deus proverá”. A fé nos deu muita força”, comentou.
E a dona Neuza realmente conseguiu superar. Passou ainda por um período de fisioterapia, mas já está bem novamente, para a alegria de toda a família. Assim, esse foi um dos principais motivos de Miriam não querer deixar a ocasião do aniversário de 71 anos da mãe passar em branco. “Minha mãe é uma mulher de muita força, de muita garra. Queria poder fazer algo que marcasse esse momento, mesmo que com poucas pessoas”, detalhou.
Dona Neuza ainda passou por uma separação e agora também começou a se “aventurar” na vida de pecuarista. “E nunca é tarde para começar. Minha mãe é fortaleza, ela renasceu, agora está fortalecida de vida nova. Ela e a gaita dela são a alegria da casa e é isso que ela representa em nossas vidas”, reforçou Miriam.
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