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Comportamento

Novos projetos do Fraternidade Sem Fronteiras abraçam o Brasil e a Venezuela

Instituição completa oito anos de bondade e ajuda ao próximo, sem visar os limites territoriais do Brasil

Thaís Pimenta | 27/01/2018 07:56
Resgatados venezuelanos no Centro de  Acolhimento da Fraternidade Sem Fronteiras. (Foto: Assessoria)
Resgatados venezuelanos no Centro de Acolhimento da Fraternidade Sem Fronteiras. (Foto: Assessoria)

O projeto Fraternidade sem Fronteiras (FSF) segue pela trilha da solidariedade e, depois da África, chega à Venezuela. Com os olhos voltados às regiões mais pobres do mundo, a ONG campo-grandense atua na implantação de centros de acolhimento em lugares do planeta onde a fome, a miséria e o desamparo fazem vítimas. As mais recentes ações envolvem também o Brasil, mais especificamente o Nordeste, e Campo Grande.

A FSF tem braços espalhados por diversas regiões do Brasil e por inúmeros países, entre os quais Suíça, Estados Unidos, Alemanha, Áustria, Finlândia, Noruega, Dinamarca, Reino Unido e Emirados Árabes. 

Wagner conta um pouco sobre os novos projetos de acolhimento do Fraternidade sem Fronteiras. (Foto; Saul Scharamm)
Wagner conta um pouco sobre os novos projetos de acolhimento do Fraternidade sem Fronteiras. (Foto; Saul Scharamm)

O trabalho, que começou em solo africano, teve origem em um sonho do comerciante Wagner Moura e tomou proporções inimagináveis há oito anos. Além dessas iniciativas, a Fraternidade vivenciou em 2017 novas experiências.

A primeira delas foi uma parceria com o Ipesq (Instituto de Pesquisa Professor Joaquim Amorim Neto), mais especificamente com a médica Adriana Mello, logo após o surto de casos de bebês com a má formação do cérebro, microcefalia. "Ela descobriu que crianças com microcefalia podiam ter uma vida mais tranquila se recebessem o tratamento médico necessário a tempo, com fisioterapia e tantas outras estimulações", explica.

Orquestra de Campo Grande também teve seus projetos resgatados graças a Fraternidade Sem Fronteiras (Foto: Assessoria)
Orquestra de Campo Grande também teve seus projetos resgatados graças a Fraternidade Sem Fronteiras (Foto: Assessoria)

Como o poder público, mais um vez, não chegou a tempo, foi a hora da sociedade organizada se mexer. Por meio das doações dos padrinhos, foi-se criado um Centro de Tratamento Especializado no Tratamento a crianças com microcefalia em Campina Grande.

O segundo trabalho do ano que se passou aconteceu em Campo Grande. A instituição soube que o projeto de orquestra do professor maestro Orion Cruz havia perdido apoio e corria grandes chances de acabar. "Fomos até lá, descaracterizados, e vimos a situação. São cerca de 30 jovens que têm na música um instrumento de educação por meio da cultura", diz.

A Fraternidade sem Fronteiras abraçou seus limites regionais e permitiu que o projeto seguisse seu rumo natural. "Hoje temos o desafio de incluir 300 jovens nessa orquestra. O trabalho é realmente muito bonito, o maestro vai com uma equipe a quatro bairros periféricos, leva o conhecimento, os instrumentos, é demais".

Porém, a mais recente causa apoiada pelos padrinhos da Fraternidade envolve Brasil e Venezuela. Basta dar uma lida nos noticiários internacionais para entender o caos vivido pelos venezuelanos em solo nacional.

O racionamento de comida, o salário mínimo que consegue comprar cerca de dois quilos de carne por mês e a ditadura política fez famílias irem para as ruas brigarem pelo lixo descartado. "O nível de morte por desnutrição de crianças aumentou cerca de 12 vezes", pontua

As barracas foram feitas pra receber até cem pessoas no Centro de Acolhimento (Foto: Assessoria)
As barracas foram feitas pra receber até cem pessoas no Centro de Acolhimento (Foto: Assessoria)
Banheiros coletivos do Centro de Acolhimento (Foto: Assessoria)
Banheiros coletivos do Centro de Acolhimento (Foto: Assessoria)

Esse cenário fez muitos venezuelanos cruzarem os limites de seu país em busca de uma vida com o mínimo de higiene e alimentação. É nesse momento que a Fraternidade atua, dando abrigo emergencial a famílias que percorrem cerca de mais de 200km a pé, comendo pão e água, para chegar até Boa Vista, em Roraima. "Pra eles é uma esperança".

O Centro de Acolhimento tem capacidade para atender 100 famílias. Nesse espaço, são disponibilizadas barracas, comida, lavanderia, banheiros, além de cursos de português, por exemplo, que são ministrados para que eles possam se adaptar. "O mínimo de conforto pra que esses refugiados possam recomeçar. Conforme esse trabalho vai sendo realizado, famílias encontram vagas de emprego, saem do posto de acolhimento e dão espaço a outras", finaliza.

Resgatados, eles recebem apoio emergencial (Foto: Assessoria)
Resgatados, eles recebem apoio emergencial (Foto: Assessoria)

Se interessou? Uma maneira de ajuda a Fraternidade sem Fronteiras é participar do II Encontro da Instituição, que acontece entre os dias 20 a 22 de abril, em Campo Grande, no Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo.

Esse evento traz o mote de Gandhi para a discussão "Seja a Mudança que quer ver no mundo" e apresenta uma dezenas de expositores das mais diversas áreas, como Divaldo Franco, Andrei Moreira e Roberto Lúcio. "Três jovens africanos, que já estão estudando por conta de nossa ajuda vêm pra cá contar um pouco dessa experiência com Fraternidade", comenta.

Wagner completa: "Hoje a gente conta com 26 Centros de Acolhimento, entre Moçambique e Madagascar, que acolhem aproximadamente 12 mil crianças, 9 mil órfãs. O amparo a esses garotos e a essas garotas (e, ainda, jovens e idosos das aldeias) se dá por meio do apadrinhamento feito por voluntários no Brasil e em várias partes do mundo".

A programação completa do evento você encontra aqui. Os ingressos custam R$ 150, com meia entrada a R$ 75. Toda a renda é convertida para os projetos da instituição.

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