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Comportamento

Paixão de anos rendeu encontro com primos e a cidadania portuguesa

Os primos Ronildo, Cláudia e Mafalda se conheceram virtualmente, graças à busca pelos ancestrais

Bárbara Cavalcanti | 30/08/2021 06:25
Foto do casamento dos avós de Ronildo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Foto do casamento dos avós de Ronildo. (Foto: Arquivo Pessoal)

A paixão por estudar genealogia rendeu um encontro de primos distantes e ainda a cobiçada cidadania europeia. Foi o que aconteceu com o contador Ronildo Garcia de Oliveira, de 44 anos. Natural de Ribas do Rio Pardo, acabou encontrando primas sul-mato-grossenses, que vivem em São Paulo e em Genebra, na Suíça, por causa do hobby de pesquisar sobre os antepassados.

Tudo começou há quase dois anos. “Eu sempre gostei de pesquisar sobre a minha árvore genealógica. Então, achei sites de cartórios online e fui anexando todos os documentos que conseguia achar a respeito de pessoas da minha família. Muitos chegaram aqui no estado antes de 1888. São várias famílias, como a Garcia Leal, Nogueira, Rezende ou Pereiras”, explica.

Na internet, existem vários sites que são como um banco de dados colaborativos, onde várias pessoas podem criar perfis para explorar suas histórias e talvez, se conectar com parentes distantes. No caso de Ronildo, o site utilizado foi o FamilySearch.Org. “Passei muito tempo estudando e pesquisando em arquivos, como o do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, que tem um acervo muito completo, pesquisando sobre o passado”, detalha. As pesquisas de Ronildo foram até o estado de Minas Gerais, onde as famílias são oriundas.

A foto mais antiga da família de Ronildo é de 1911. (Foto: Arquivo Pessoal)
A foto mais antiga da família de Ronildo é de 1911. (Foto: Arquivo Pessoal)

E foi graças à internet que, então, Cláudia Mendonça, de Santo André (SP) e Mafalda Vieira, que é nascida em Campo Grande, mas mora em Genebra, na Suíça, se encontraram e descobriram que eram primos. As duas, também apaixonadas por genealogia e há tempos, também pesquisavam sobre os ancestrais, sem ainda se conhecerem.

No caso de Mafalda, ela estava com árvore “empacada”, sem conseguir completar as informações sozinha. Assim, decidiu pesquisar outros sobrenomes que já tinha ouvido falar na família no Google, até que acabou chegando em Ronildo.

“Depois disso, ele gentilmente me ajudou a completar minha árvore com sua imensa experiencia em genealogia e paleografia. Foi mesmo uma sorte muito grande ter encontrado meu primo”, descreve Mafalda.

O encontro entre Mafalda e Claudia aconteceu na própria plataforma do site, que permite que pessoas com encontros nas árvores possam se comunicar. “Mandei mensagem e ela me respondeu prontamente. Após esses dois encontros, a Claudia descobriu que era prima do Ronildo por um outro ramo da família. Nós três somos primos por lados diferentes”, explica.

Coleção de fotos antigas da família, que Ronildo tem como acervo. (Foto: Arquivo Pessoal)
Coleção de fotos antigas da família, que Ronildo tem como acervo. (Foto: Arquivo Pessoal)

E para Mafalda, o sentimento é de felicidade em ter encontrado os primos. “Foi uma aventura maravilhosa nesse resgate do passado. Muitas histórias vieram à tona, muitas respostas para questões que tínhamos. Sobretudo reencontros com primos que jamais teríamos tido oportunidade de conhecer. Muito emocionante a cada vez que descobríamos algum documento antigo. Infelizmente, a pandemia ainda não deixou a gente se encontrar. Mas em breve, penso que será possível”, expressa.

Além do encontro, os brasileiros também conseguiram a cidadania portuguesa, uma vez que os documentos comprovam a descendência de judeus serfaditas, que são povos originários de Portugal e que vieram ao Brasil no final do século XV. “Existe uma lei que permite que descendentes de judeus perseguidos tenham direito à cidadania. Eu nem tinha a cidadania em mente, mas acabei conseguindo com incentivo das minhas primas. Foi um garimpo mesmo. Eu sempre falava para as arquivistas quando estava pesquisando, estudando ou digitalizando documentos, que é um garimpo de um ouro perdido que só a gente sabe quanto vale”, expressa Ronildo.

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