Primeiro encontro da família Nogueira tenta reunir parentes que nunca se viram
No encontro será feita a árvore genealógica de cada integrante para verificar o grau de parentesco
“Queremos conhecer a família, manter os laços, saber das gerações, de onde veio e quem são essas pessoas”, diz o empresário, Valdineis Nogueira Silva. Ele está organizando o primeiro encontro da Família Nogueira que ocorrerá no sábado (4) e domingo (5), no Clube do Laço em Costa Rica, cidade a 305 quilômetros de Campo Grande. O evento deve receber cerca de 450 pessoas, com o intuito de reunir os parentes que tem e aqueles que já perderam um dos sobrenomes mais tradicionais da região.
Valdineis conta que já participou de outras reuniões, mas referentes a diferentes sobrenomes. “A família Nogueira é uma das fundadoras de Costa Rica, foi a primeira a morar aqui, ter filhos, ter comércio. Há tempos queríamos realizar o encontro, terá gente de Campo Grande, Aparecida do Taboado, São Paulo, Brasília. De todo canto do país”, disse.
O local do encontro é no Clube do Laço de Costa Rica e no primeiro dia, a partir das 19h, os convidados serão recepcionados com um jantar. “Será um churrasco e baile com Augusto César e Christiano, que um deles também é parente. No domingo, teremos café da manhã e depois faremos a apresentação dos familiares presentes, com a árvore genealógica”, conta.
O pesquisador, Marlei Cunha descobriu que também tem um grau de parentesco com os “Nogueiras”. “Nasci no seio dessa família, não só dela como também Pereira e Menezes. Antigamente, mas mulheres não deixavam o sobrenome, nem recebia dos pais. Hoje elas têm mais posição social. Não levo o Nogueira por conta disso”, explica.
“Herdamos os sobrenomes somente do lado paterno, na verdade, somos tão filhos das mulheres quanto dos homens. Outra correção na história que precisamos fazer é que a mulher não deixava sobrenome, era preciso casar para ter um. Não recebia nem o sobrenome da família”, relata.
“A mulher não tinha direito à herança, não votava. Acredito que a genealogia pode corrigir esse erro, resgatar a dignidade delas. Grafando o sobrenome da família e ratificando o sobrenome de casada, assim podemos ter uma visão melhor do lado materno do nosso DNA, da nossa genealogia”, afirma Marlei.
Origens – Marlei comenta sobre sua trajetória. “Sai de Costa Rica. Minha origem é rural, meu pai era fazendeiro na região e quando voltei, passei a fazer a linhagem de famílias. Tinha contato com o instituto de genealogia e fiz de 20 famílias. Nisso, descobri que era Nogueira”.
“Era assessor de cultura da prefeitura na segunda administração, no final de 1992. Lancei o primeiro livro de genealogia de mais ou menos 14 famílias, entre ela, a Nogueira. Nos anos 2000, publiquei uma segunda edição, no qual enriqueci bem a genealogia Nogueira. É uma das maiores famílias que têm aqui. Nesse encontro, quero completar e unir com os pesquisadores, pra gente estudar porque Nogueira tem em Aquidauana, Campo Grande”, disse.
O pesquisador relata que em suas pesquisas já registrou quatro mil nomes descendestes de Nogueira e recorda da origem da família. “Quero contar muitos causos de Nogueira, que era uma família de violeiros, poetas, catireiros, cantores, que se reunia. Vem de Portugal, se mudaram para Minas Gerais. Lá criaram duas gerações, mas, devido à decadência do ouro vieram criar gado no ciclo pastoril em Mato Grosso do Sul. A entrada dos Nogueiras na região foi em 1878”, conta.
Os primeiros “Nogueiras” da região do Alto Sucuriú, de Costa Rica tem como ancestral Silverio José Nogueira, segundo o pesquisador. “Ele casou-se com Lucinda Maria Vicência e teve os filhos; Sabino Luiz Nogueira; José Luiz Nogueira; Augustinho Luiz Nogueira; Francisco José Nogueira; Manoel Nogueira; João Nogueira; Antonio Nogueira; Sebastião Silvério Nogueira; Felisberto Nogueira; Maria Nogueira; Diolinda Nogueira e Leopoldina Nogueira”, disse.
Além deles, também faziam parte da família, Isabel Silvério Nogueira que se casou com Sidnei Alves Siqueira. A outra filha de Silverio, Madalena Maria Vivência que se casou com José Paulino de Oliveira. A família é grande, no entanto, já tem grupos de WhatsApp para se comunicarem. “Temos um grupo com 254 integrantes e outros quatro com 30 cada”, disse Valdineis.
Durante a apresentação das árvores genealógicas, as famílias com seus descendentes serão informados publicamente por grupos, para que assim todos compreendam o processo histórico. O pesquisador Marlei Cunha é quem estará responsável por essa parte e contará a ajuda de mais pesquisadores, ainda não informados.
Dificuldade - Marlei Cunha relata que, a genealogia é um tanto quanto complicada porque muitos falam que não são de uma determinada família, mesmo sem saber. “Mas, na quinta geração passada, tinha uma mulher que era daquela família. Contudo, como estava num contexto histórico no qual a mulher não recebia o sobrenome”, explica.
“Quero fazer uma revisão da história porque acho é injusto a mulher não deixar sobrenome. Pego o nome de solteira delas, não o de casada. Na árvore, posso colocar que depois que foi casada com tal pessoa. Vejo que é só filho de homem, acho isso um erro com a mulher”, disse.
Para mais informações sobre a família Nogueira, entre em contato com Marlei Cunha, através do número (67) 9 9952-5702