Parquinho que "espanta" pandemia redescobriu felicidade da criançada
No dia delas, criançada mostra aos adultos que não é preciso muito para ser feliz; na Vila Fernanda, parquinho rende boa diversão
Neste 12 de outubro, que é o Dia das Crianças, uma pergunta não saía da cabeça: é possível ser criança na pandemia? Até então sem resposta, o Lado B encontrou gostinho de infância, brincadeira e muita ternura lá na Vila Fernanda. Pensando nelas, a comunidade do bairro se uniu na iniciativa de montar um parquinho só para os pequenos.
Mesmo que a pandemia de covid-19 ainda não tenha hora para acabar, parece que a garotada cansou de ficar refém do vírus. No playground, criançada se reúne com aglomeração, é verdade, mas quem aqui seria capaz de tirar o único momento de infância que elas têm?
Pertinho do campo de futebol da vizinhança, agora tem gangorra, escorregador e balanços de madeira e outros improvisados em pneus reciclados que fazem parte do jogo que só traz sorriso no rosto.
“Eu só ficava vendo televisão, quase o dia todo no sofá. Mas agora tem o campinho aqui pra gente brincar”, disse Ritinha, de 11 anos. Segundo a menina, a maior diversão é poder aproveitar o espaço para encontrar as amigas – mas uma delas falou a verdade: não tem coisa melhor do que “fofocar” segredinhos entre as garotas.
“Qual sua brincadeira favorita?”, pergunto para o menininho Enzo de 4 anos. “Gosto muito de correr e brincar de ‘lutinha’ com meu irmão”, falou ao jornalista. Como muitos ali, também aproveitava para se enterrar na areia feito um “tatu bola”. Porque se sujar tem gosto de infância. Mas, ao voltarem para casa, todo mundo vai direto pro banho.
Já o garoto Ezequiel, de 10 anos, foi curto e grosso: “é, antes tava pior, agora menos pior”, admite de forma engraçada o menino. Porém, ali na redondeza era ele o mais “traquina”: muito corre-corre, pega-pega e gargalhadas garantidas no parquinho.
O Lado B conversou com uma das mães presente no dia. A cearense Dona Cleuda Maria estava agradecida pelo que haviam feito para os filhos e filhas do bairro.
“Todo mundo aqui ajudou um pouquinho. Reuniram os esforços e construíram o parque para as crianças que antes só ficavam na rua ou pior, fazendo sabe Deus o quê”, afirmou.
Conforme contou, até 1 mês e meio atrás não tinha nada por lá. “Todo mundo ficava trancado em casa, agora já podem voltar a ser criança de verdade”.
Novos no bairro, o casal Alisson e Beatriz levaram os filhinhos pequenos de 1 e 5 anos para o parque.
“Só é passar aqui na frente que os dois já ficam doidos para brincar. Dá para eles gastarem energia enquanto a gente ganha uma trégua. Todo mundo aproveita”, disseram.
Na música “Redescobrir”, Gonzaguinha desde então sempre alertou: “vai como a criança que não teme o tempo”. Que sejamos assim feito elas, que não dão bola ao tempo ruim que a vida às vezes proporciona. Coronavírus? É garantido que vai passar. O que fica é a vontade eterna de permanecer doce e tenro feito os pequenos.
Então, como as crianças da Vila Fernanda mostraram, não é preciso muito para ser feliz. Basta redescobrir o gosto e o sabor de festa.
Recomendações – Covid por aí, então é sempre bom lembrar: é necessário uso de máscara, álcool em gel e distanciamento social. Mas como impor isso para a criançada?
Tudo depende da situação. Brincar no parquinho, por exemplo, não se compara ao risco de passear pelo Centro da cidade, onde a proporção de adultos possivelmente infectados com coronavírus é bem maior. A decisão deve ser sempre tomada com cautela pelos pais.
Conforme aconselhamento da OMS (Organização Mundial da Saúde), crianças a partir de 12 anos devem seguir os mesmos protocolos dos adultos. Já para os pequenos, principalmente para os menores de 5 anos, uso de máscara não é obrigatório.
Ao voltar para a casa, higienização completa e imediata por meio de um bom banho é indicada pela organização.
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