Paulo é “bebê” de 70 anos do álbum sem foto, mas grafado com amor
Com caligrafia dos avós, filhas encontraram o único registro do nascimento do pai sem nenhuma fotografia, mas repleto de memórias
"Uma lembrança que vale a pena compartilhar". De tão bem guardado, levou 67 anos para Vanessa e Natália encontrarem o álbum de nascimento do pai Paulo César Franchim. O livro amarelado e de capa gentil não possui foto mas, ao invés disso, guarda o primeiro corte de cabelo, a primeira palavra dita, a receita da primeira papinha – até chegar na festinha de 1 ano. Capricho que tem nome: amor.
"É tudo na medida do tempo. E quem devemos agradecer é meu pai Zito e minha mãe Dona Nena, que tinham esse hábito de anotar e guardar tudo. É sem foto, mas com a caligrafia dos meus pais", esclarece Paulo.
O patriarca da família Franchim trabalhava como cartorário e a mãe era figura conhecida na pequena cidade de Duartina, no interior de São Paulo. "Até no jornal teve registro do meu nascimento. Talvez até seja pela questão da profissão, do jeito deles dois", considera.
Às 13h50 do dia 5 de dezembro de 1954, pesando 3 quilos e algumas gramas, nasceu Paulo César Dias Franchim. Teve comissão de recepção dos tios, amigos e familiares e até anotação dos primeiros presentes. No álbum, a mãe fez questão de guardar um pedaço de cabelinho do primeiro corte, onde anotou "preto" – que o tempo deu uma clareada na madeixa.
O casal registrou juntos o primeiro sorriso, o dentinho que havia nascido, as primeiras travessuras, primeira vez que engatinhou e ficou de pé – tudo no ano seguinte, em 1954. Ainda, a primeira fala ("da da") e papinha de batatinha, cenoura e caldo de carne, feita especialmente pela mamãe.
Engenheiro eletricista de formação, Paulo César veio para Mato Grosso do Sul nos anos 1980 e aqui formou família. Na Enersul, fez carreira e trabalhou por 28 anos. Vanessa é a filha mais velha que acabou descobrindo a lembrança álbum do pai pelos avós, e resolveu compartilhar no seu perfil do Instagram o achado "sem foto".
"Nem eu nem minha irmã tínhamos visto isso. Relembrei muita coisa, do avó Zito, da avó Nena… fiquei muito emocionada", admite. "Nem meu casal de filhos tem um álbum assim, com o registro do que se passou na época que nasceram e cresceram até o primeiro ano", comenta.
"Eu também não um álbum do meu filho", adiciona Natália. "Agora, temos que plastificar essa relíquia para que os outros netos possam conhecer um pouquinho mais do avô quando bebê", considera.
Já o pai, a educação "rígida e séria" que ele afirma ter recebido na infância não tirou a emoção de poder relembrar o passado. "Nem imaginava que isso poderia acontecer, de voltar lá atrás". E o melhor de tudo: dividir isso em família.
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