Pix acabou com desculpa até na hora de recusar dinheiro no sinal
Há meses, malabarista é um dos artistas de rua que aderiu ao pix para ninguém deixar de contribuir nas ruas
A ferramenta de pagamentos instantâneos, o Pix, é um elogiável avanço. Na prática ficou muito mais fácil pagar ou transferir qualquer valor e a qualquer momento, ainda sem pagar taxas por isso. Nas ruas de Campo Grande, há meses ela é usada até por artistas de rua, acabando com a desculpa de quem diz que não tem dinheiro para dar nos semáforos.
O venezuelano Jhon Colmenarez, 26 anos, é um dos artistas que aderiu a forma de pagamento. Mais do que depósitos, ele tem arrancado mesmo é risadas de motoristas. “Muita gente acha engraçado, comenta e até tira foto porque acha curioso eu usar pix”, diz.
Essa foi o jeito que ele encontrou de aumentar as contribuições. “Tem gente que deseja contribuir, mas não tem nenhuma moedinha no carro. Então ela pode anotar o meu número e contribuir assim que parar em algum lugar”, diz.
Ele sabe que o número de pessoas que pedem dinheiro nas ruas – que aumentou consideravelmente nos últimos anos e isso é cada vez mais visível – acaba gratinando a paciência de alguns. E apesar do trabalho honesto, diz que já ouviu muito não e recebeu muito “vidro fechado às pressas”, por isso o jeito é divertir. “As pessoas acham que a gente está pedindo dinheiro, esmola, mas não é isso, estou ali fazendo a minha arte de forma honesta, contribuir quem quer, não é obrigação”.
Por isso, ele enxerga a nova ferramenta de pagamento como algo mais democrático, já que muitos aderiram. “Assim se sente bem quem contribui e quem recebe o pagamento”, afirma.
Jhon, que por aqui usa o nome artístico Joni, está no Brasil há seis anos e chegou a Campo Grande no início de 2020. Começou sua jornada com a arte de rua viajando pela Colômbia até que conheceu um casal que viria para o Brasil e topou conhecer também, e não voltou mais.
Desde o início da pandemia, ele investe pesado na arte de rua para pagar o aluguel e enviar uma grana para a avó, que mora na Ilha de Margarita, na Venezuela. “Ela está ficando cega e precisa de uma cirurgia. Sempre que eu posso mando um dinheirinho para ela”.
Por aqui, ele iniciou um projeto de arte de rua e circense ao lado de outros artistas e produz vídeos para ensinar através das redes sociais. “Nossa arte é fazer o outro sorrir, por isso, queremos levá-la adiante. Nosso plano é conseguir incentivos para dar continuidade a esse projeto”, destaca.
Às segundas-feiras ele também diz que se reúne com outros artistas para discutir sobre arte e novos projetos. “Amo o que eu faço e não vou desistir”, finaliza.
Quem quiser entrar em contato ou contribuir com o projeto do artista, basta segui-lo no seu perfil do Instagram.
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