Professora de MS leva composição original a concurso da Portela

Seja em uma sala de aula ou em uma roda de samba, a paixão é o que motiva a compositora, professora e doutora da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Sonia Regina Jurado. Ela está concorrendo com um samba-enredo no concurso da GRES Portela, uma das escolas de samba mais tradicionais do carnaval carioca.

Com uma carreira consolidada na academia e citada em centenas de artigos científicos ao redor do mundo, Sonia decidiu explorar um novo talento no ano passado. Com 27 anos de experiência como docente nas áreas de Enfermagem e Medicina, ela agora tenta equilibrar sua atuação como professora universitária no campus de Três Lagoas com sua carreira em ascensão como compositora de samba. “A gente sempre pode começar uma atividade nova”, afirma.

No ano passado, aos 50 anos, Sonia abraçou a arte da composição após ser finalista do FUC (Festival Universitário da Canção) em 2023 com a música "Feijuca da Muvuca”. Esse sucesso a levou a festivais no Rio de Janeiro, como o Parças do Samba, onde fez contato com o produtor musical Vinicius Bola. A parceria resultou em 10 músicas gravadas e um segundo lugar no festival no mês passado.

Além disso, suas composições foram gravadas por artistas como Charlles André e Dudu Nobre. “Eu fiquei muito feliz, porque já tinha essa parceria com Charlles André em duas músicas, a Romance Novo e Abissal; e com Dudu Nobre, que gravou uma das minhas composições, a Feijuca da Muvuca”, conta Sonia.

Atualmente, Sonia é a única mulher entre os sete compositores finalistas do concurso de sambas-enredo da Portela. Sua composição, intitulada “O Caminho que Vai Dar no Sol”, celebra o cantor e compositor mineiro Milton Nascimento e está na fase eliminatória, competindo com outros 14 sambas.

Equílibrio é tudo - A paixão pela música vem de longa data. Sonia fez faculdade no Rio de Janeiro, onde teve um contato mais próximo com a cultura do samba e do Carnaval. Em sua trajetória, ela também teve sua primeira experiência na produção de sambas-enredos sobre o Pantanal, no concurso da escola de samba Salgueiro. “Fiquei em vigésimo lugar entre os 60 concorrentes. Foi minha primeira experiência”, relembra.

Hoje, a professora está com a agenda lotada e já precisou recusar convites da Beija-Flor e da Vila Isabel devido a compromissos com outras escolas de samba e à produção de seu EP chamado “Samba é brasilidade”, que tem a previsão de ser lançado ainda neste ano, e que contará com a colaboração de cantores renomados como Dudu Nobre, Lily Nobre, Cassiana Pérola Negra, Débora Cruz, Ito Melodia e Charlles André.

Questionada sobre como equilibra a ciência e a arte, Sonia vê as duas atividades como complementares. “Cansa viver sempre na mesma rotina. A composição me deixa mais tranquila e feliz para fazer minhas atividades acadêmicas. Eu vejo a música como algo que me deixa feliz; isso me ajuda como pesquisadora e professora”, reflete Sonia, que continua a equilibrar sua vida acadêmica com sua nova paixão pelo samba.

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