Redondo é ponto de skatistas que aos poucos virou lugar das famílias no Buriti
Grande problema é que a diversão no lugar é limitada porque quando chega a noite não há um poste com iluminação funcionando
No bairro Buriti, quase no fim da Avenida Doutor Nasri Siufi, uma pista de skate, conhecida pelo nome de Redondo por ser, claro, em formato circular, é ponto de encontro da galera da região aos fins de semana. Gente de todo tipo cola no lugar para aproveitar a tarde e a atmosfera é realmente relaxante.
Crianças soltam pipa na grande área descampada, enquanto os pais ficam sentados na grama. Skatistas fazem manobras na pista e a dividem o espaço com quem anda de bicicleta. E uma imensa ciclovia rodeia toda a extensão do parque, que segue pela avenida. É a prova de que se a estrutura existe, a comunidade agradece.
O morador da região Gilberto Alves Lima passa todos os fins de semana no Redondo vendendo o geladão, a R$ 2,00. "Eu venho aqui faz anos e anos e nunca vi uma briga acontecendo. Tem maloqueiro, tem crianças, tem família, e todo mundo se respeita na boa", diz ele.
No céu, mesmo com o sol forte, dezenas de pipas voam, constrastando com o azulão do céu campo-grandense. Na grama, as crianças correm de um lado pro outro pra aproveitar o vento. Isaac, Isaias e Tamara estavam com a mãe, Silvana Carvalho, e o namorado, curtindo a tardezinha do último domingo.
"É a primeira vez que a gente vem, ficamos sabendo por meio do meu namorado, o Vitor, que mora na saída de Cuiabá. Nós moramos bem longe daqui, chegamos com o sol a pino ainda, às 14h, mas tá sendo bem gostoso, pretendemos voltar mais vezes", diz a mãe.
A família continua no local, tomando refrigerante, enquanto observa os pequenos correndo de um lado pro outro, sem preocupação. "Aqui é bom pra soltar pipa", diz Isaias,com a sua na mão.
O grupo de amigos skatistas, Lucas Roberto, Lucas Guilherme, Rafael dos Santos e Dener Oliveira diz que o Redondo já foi palco de dois campeonatos de skate. "Muitos de nós só começamos a andar por conta de a pista bem perto da nossa casa. Eu, por exemplo, moro aqui no São Conrado, o Roberto também. Aí já tivemos duas vezes campeonato por aqui, um patrocinado por uma loja de skate e outro em parceria com a Prefeitura", relata Rafael.
Para eles, além de o Redondo ser pertinho, a pista em si é melhor que de outros parques. "Mesmo com esses buracos no chão que a gente vê, têm mais obstáculos. Prefiro aqui do que no Parque das Nações e Orla Morena", comenta Dener.
Segundo o grupinho, tem uma galera que leva até churrasqueira para o redondo e almoça ali mesmo. "O povo aqui faz de tudo. Sábado tinha essa família assando carne aqui. Tem gente que traz os aparatos pra jogar futebol e monta ali no fundo os times e sai jogando".
Como é muito grande, cabe todo mundo, mas tiveram fins de semana que não dava pra encontrar lugar pra sentar, ao menos é o que Roberto relata. "No começo era só esse redondo da pista aqui, vinham uns músicos fazer show pra cá. Aí depois eles ampliaram a área concretada".
O grande problema do parque é que à noite a iluminação pública não funciona e não há nem sequer um poste com luz para dar segurança aos frequentadores do Redondo. As famílias das mães Cleonice de Souza e Rosa de Souza, moradoras do Jardim Antartica, chegaram desavisadas, pela primeira vez, às 17h. Não era nem 18h e precisavam ir embora porque estavam com suas filhas e, por falta de segurança, tiveram de abandonar a diversão.
"Pra elas em bastante coisa pra fazer. Elas sobem nos obstáculos dos skatistas aqui e ficam brincando. Pra nós, mais velhos, é que falta algum tipo de entretenimento e de segurança. Nessa escuridão elas podem se machucar e a gente pode ser assaltado, né?", questiona Rosa.