Resgate de bebê em fossa é lembrança marcante de quem é bombeiro há 30 anos
Sargento Paulo Leandro da Costa lembra com ocorrência de 1983, quando ele e outros dois militares salvaram menino abandonado
Às 14h45 do dia 28 de dezembro de 1983, durante uma escala de plantão de fim de ano, o sargento do Corpo de Bombeiros Paulo Leandro da Costa, de 60 anos, atendeu uma das ocorrências mais marcantes da vida dele: o resgate de um bebê jogado em fossa de residência no bairro São Francisco, em Campo Grande. Prova de como este caso foi importante para o militar é a riqueza de detalhes presentes no relato feito por ele.
Ele, "Ortega" e "Mendes" estavam de plantão no pelotão da avenida Costa e Silva, "onde tudo começou" como costumam brincar, quando foram acionados para a ocorrência no bairro São Francisco.
À época só existia aquele pelotão na cidade e os militares percorriam a cidade "pendurados" do lado de fora nas viaturas e não do lado de dentro como ocorre hoje. "É igual o gari. A gente ficava ali atrás", exemplifica.
Eles pularam da viatura e conversaram com o pedreiro que havia solicitado socorro para saber o local exato onde o homem tinha escutado o choro de um bebê. O trabalhador apontou para uma fossa e o resgate teve início.
"Eu entrei na fossa, fiquei atolado de fezes até a altura do joelho, abracei o bebê, levantei o braço e o Ortega puxou", lembra.
O resgate não terminou por aí. Uma vizinha emprestou a bacia para o militar dar banho no menino e outra mulher que também tinha filho pequeno amamentou o "Vagner Sebastião Goulart. Era o nome dele na época. Não sei se mudaram", diz.
O bombeiro sabe que Vagner foi adotado por outra família porque ficou responsável por ele durante uns dias. "Tive que assinar vários documentos na Santa Casa", conta sobre o local para onde o menino foi levado.
Anos depois também soube que a mãe do menino ficou presa durante seis anos e oito meses pelo abandono do bebê que à época tinha 1 mês e 15 dias.
Mais recentemente ouviu dizer que o menino teria se tornado dependente químico em Coxim, para onde foi levado, mas não sabe se a informação está correta. " Ele é adulto. Se passar na minha frente não vou reconhecer. Mas eu ajudaria. Resgatei uma vez do buraco, posso tentar resgatar novamente", diz, revelando a vontade do reencontro.
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