Sem poder seguir com capoeira, Paulo se viu sendo salvo por violão
Depois de 17 anos conectado com a luta, professor precisou criar novos caminhos com a música
Capoeirista por 17 anos, Paulo Barbosa se viu perdendo a mobilidade aos poucos quando já não conseguia mais amarrar o cadarço. Sem acreditar que a paixão pela luta precisaria ser colocada de lado, o professor de educação física retomou um carinho antigo pela música e conseguiu ser salvo pelo violão.
Sem conseguir trabalhar na área em que se formou, Paulo vem transformando seu cotidiano em uma nova história há seis anos. Preocupado com o modo que iria seguir a vida, ele viu nas cordas do antigo companheiro um jeito de tentar reconstruir sua vida apenas com a música.
Com um repertório extenso, o capoeirista conta que aprendeu a tocar violão quando era criança e manteve o costume de praticar durante a vida. “Eu sempre gostei de fazer três coisas, lutar capoeira, tocar violão e jogar tênis de mesa. Com o diagnóstico do quadril, precisei parar de fazer os dois esportes”, conta.
Hoje, Paulo se apresenta em feiras como a da Orla Morena, cria vídeos para as redes sociais e vem tentando construir uma carreira com contratações para tocar em eventos particulares.
De acordo com o músico, o violão apareceu como sua salvação por não precisar permanecer em pé. Ao mesmo tempo, a conexão com cada música também ajudou no processo de aceitar que sua história seria totalmente nova.
“Foi um desgaste natural porque sou mestre de capoeira, competia muito. Hoje eu não consigo correr, agachar e fazer muito esforço. Você vai travando até que não consegue mais se mexer direito”, explica Paulo.
Narrando que ouvir que precisaria deixar de lado os esportes foi um dos momentos mais difíceis de sua vida, o capoeirista explica que já venceu até duas competições nacionais. “Eu treinava desde pequeno, tive mestres e fui evoluindo, me graduando até me tornar mestre também. Depois de um tempo criei meu próprio grupo”.
Se adaptando aos novos padrões da saúde, ele completa que ainda sonha em atuar como para-atleta, seja na capoeira ou no tênis de mesa. Mas, enquanto isso não acontece, é através dos acordes que levantar da cama se torna significativo.
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