Sem segurança ou projetos, em espaço que é patrimônio entra e sai quem quer
Com muros baixos e sem ao menos um portão de entrada, um dos maiores patrimônios históricos de Campo Grande sobrevive ao tempo e à falta de zelo sem qualquer tipo de segurança. Além de não ter um destino definido pelo poder público, sem qualquer projeto que efetivamente saia do papel, o lugar vive aberto, sob risco do vandalismo.
A rotunda faz parte do Complexo Ferroviário da Capital, onde antigamente funcionavam oficinas dos trens que passavam pela cidade. Na área há três casas e dois galpões enormes, que além de desgastados pelo tempo, ainda estão tomados por pichações.
Na rua aos fundos da Feira Central, o acesso é completamente livre. O que deveria ser protegido, está entregue à sorte, sem qualquer controle de quem entra ou sai. Justamente por não haver o gerência do que acontece ali, o local é palco de diversas situações.
Ensaios fotográficos, encontros religiosos, gravações de programas, séries. Além de também ser refúgio de usuários de drogas. Outro papel que muitas vezes o espaço adquiri é o de estacionamento para veículos, seja para moradores ou para clientes da Feira Central, principalmente em dias de evento. Essas inúmeras situações são relatadas pelos próprios moradores da região.
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Algumas casas de antigos ferroviários têm os fundos para o terreno onde fica a rotunda. Mas o que chama a atenção é o fato de praticamente todas terem portões colocados para facilitar, de alguma maneira, o acesso dos moradores às residências.
"Colocamos este portão para criar uma garagem, mas os carros de quase todos os moradores daqui ficam a noite pra fora do quintal, aqui no terreno mesmo", explica a administradora Fernanda Gregory Oliveira, 26 anos, que mora na casa de fundos para o complexo ferroviário há mais de 20.
Ao lado, na casa de Auxiliadora a situação do muro dos fundos é a mesma. Há apenas uma grade de arame, o quem também possibilita o total acesso à área da rotunda. Contudo, como há anos a realidade é essa, os moradores não veem qualquer problema em o local ser terra de ninguém.
Mas se há um ponto no qual todos concordam, é o abandono e a falta de um projeto que utilize melhor o espaço e preserve a arquitetura das construções.
Promessas - Sobre a segurança e controle do acesso ao local, a assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande não se posicionou até o fechamento desta matéria. Em junho deste ano, o prefeito da Capital, Marquinhos Trad, se reuniu em Brasília com a presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Kátia Bogea, para apresentar em projeto para a Feira Central e restauração e requalificação da Esplanada Ferroviária.
A promessa, que não é feita pela primeira vez, é de transformar o local em um grande espaço de evento, cultura e entretenimento para a população. Contudo, a concretização deste sonho para os campo-grandeses continua sem data prevista, muito menos definida.
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