ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no X Campo Grande News no Instagram
NOVEMBRO, SÁBADO  16    CAMPO GRANDE 29º

Comportamento

Todo mundo surtou: meta para 2023 será de fortalecimento psicológico

Psicólogas dão dicas para criar metas de ano novo

Gabrielle Tavares e Natália Olliver | 31/12/2022 17:03
Fogos de artifício em virada do ano. (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)
Fogos de artifício em virada do ano. (Foto: Marcelo Casal Jr./Agência Brasil)

Mais um ano acabou e na hora de conferir se as metas estabelecidas para 2022 foram cumpridas, pode bater o desânimo em encarar os próximos 12 meses ao ver que as coisas não saíram como o planejado. Não conseguiu cumprir metas e objetivos que havia estabelecido para esse ano? Não tem problema, a verdade é que a maioria das pessoas também não.

A psicóloga e psicanalista, Mariana Fiorenza Bianchi Breve, especialista em clínica contemporânea explicou que a pandemia atravessou violentamente a vida das pessoas, com as consequências ainda respingando em 2022.

“Creio que elas (as metas) têm que ser revistas a todo momento e estar em conformidade com cada um. Essa questão de como se reparte o tempo no fim de ano e fazem um tipo de reflexão, meta, objetivo, carreira, término de um relacionamento… cada pessoa vai saber onde dói o seu calo, mas preparar o psicológico é entender isso: o que você pode e consegue mudar", disse.

Após os problemas diretos ocasionados pela covid-19 nos sistemas de saúde, 2022 ficou com os efeitos sociais da pandemia. Mariana afirma que as pessoas estão começando a desenvolver sintomas como: fobia social, introspecção e revolta pela perdas.

"Elas estão tentando entender o que aconteceu. As pessoas ficaram afastadas umas das outras e isso tem um preço. Já sabíamos que o tratamento não seria feito durante a pandemia, mas sim depois", apontou.

De acordo com a psicanalista, a soma de todos esses fatores tem feito as pessoas questionarem o próprio papel social e profissional.

"Trouxe um pouco da questão da vida ser muito curta, uma urgência em se viver, mas com medo. As pessoas ainda estão tentando entender como vão agir com isso. Acho então que em 2023, a meta será se restabelecer psicologicamente”, continuou Mariana.

Com isso em mente, é hora de criar as metas para o ano novo. A psicóloga clínica cognitivo comportamental, Isabela Romanini dá algumas dicas na hora de preparar o que os objetivos que devem ser alcançados.

“Quando a gente cria metas cria expectativas e nem sempre elas se concretizam, junto com isso vem as frustrações. A gente fala muito de festa, mas esse momento é muito propício para essas reflexões: o que eu consegui atingir, o que deu certo e o que não deu. A dica é ao invés de tentar sucumbir a esse sentimento, de se deixar ser tomado por esse sentimento de tristeza e melancolia por não ter conseguido, é tentar entender o porquê daquilo não acontecido. A preparação vem da gente olhar para aquilo e tentar entender: qual foi o meu erro? Quais as características da minha personalidade que me prejudicaram? O que eu preciso mudar para o ano que vem? Onde minha meta estava falha?", enfatizou.

Então, na hora de listar as mudanças para 2023, Isabela orienta detalhar e especificar ao máximo as metas. Por exemplo, invés de colocar "melhor qualidade de vida", invista em realizar coisas que gerem qualidade de vida, como viagens, hobbies, tempo com os amigos.

Outra dica é tentar reavaliar as metas durante o ano. A psicóloga explicou que, às vezes, uma meta pode mudar ao decorrer do ano. Então, elas podem ser revistas a cada três ou seis meses.

"Então, temos que adaptar todos os objetivos às realidades do momento. As questões pessoas têm que estar incluídas nas metas e elas vão mudando. A gente tem que trabalhar muito a nossa flexibilidade e aceitação. Isso entra em como a gente pode se preparar para todos os nossos novos ciclos".

 Para Isabela, a meta para 2023 será a disponibilidade para adaptação e flexibilidade.

"Isso entra no nosso autoconhecimento. Tenho que tentar saber o que é a felicidade pra mim, o que é qualidade de vida… são perguntas que precisam estar na nossa rotina. Existem estudos que comprovam que a grande maioria das pessoas que estão insatisfeitas não sabem dizer o porquê. Então isso é falta de autoconhecimento", conclui.

Nos siga no Google Notícias