Vestido de ‘Velho do Rio’, Antonio faz compras e torce pelo hexa
Antonio tem carinho pelo personagem de Pantanal e não abre mão da capa, chapéu e cajado nem na Copa do Mundo
Interpretado por Osmar Prado, o personagem ‘Velho do Rio’ da novela Pantanal encantou muitas pessoas, sendo uma delas Antonio Teruel, de 76 anos. Usando capa, chapéu de palha e segurando um cajado, ele sai pelas ruas de Campo Grande com o traje peculiar só para fazer a alegria das pessoas.
Em clima de Copa do Mundo, ele deu um jeito de unir o amor que nutre pela Seleção e o Velho do Rio. Agora, Antônio faz compras e passeia pelo Parque das Nações Indígenas com o cajado que ganhou fitas verde e amarelo e outro chapéu com ambas as cores. Para completar, ele também enfeitou o carro com a bandeira e a taça de quando o Brasil foi pentacampeão.
Autor de mais de 200 poesias, o homem se emociona ao falar sobre o personagem que ganhou sua total admiração. Antonio explica o momento em que decidiu homenagear a figura mística que virava sucuri.
“Quando o Jove levou a picada de cobra ele foi lá e recolheu o Jove para casa da Juma. Ali que comecei a gostar, eu me arrepio, é uma emoção à flor da pele. Deus me mandou ir de Velho do Rio ao mercado”, conta.
Ao sentir a necessidade de se fantasiar igual ao personagem, Antonio deixou a barba e o cabelo crescerem. Mesmo passando calor com a capa de plástico ‘que é quente para danar’, ele garante que se sente bem pelo carinho que recebe de desconhecidos.
“Eu venho aqui, tiro fotografia, é uma alegria. Eu comecei a ser personagem Velho do Rio na Corrida Pantanal. O pessoal vinha tirar foto e eu estava lá com esse objetivo de agradar o pessoal. Eu me sinto um idoso valioso”, afirma.
Além de mercados, Antônio passou a ir assiduamente ao Bioparque Pantanal usando o traje. Ele brinca que no local faz companhia a outra personagem da novela. “Eu já vim aqui dentro umas sete vezes ao lado da Juma que ficou com ‘reiva’ e virou onça. Eu até comento que queria que ela viesse para cá e não virasse onça, só virasse quando o velho virasse sucuri. Então, seria um casal de bichos”, ri.
Antonio é alguém que se diverte, se emociona e chama a atenção. Há alguns anos, ele ganhou notoriedade na Rua 14 de Julho onde circulava com um megafone em mãos. Ele dá detalhes de como foi essa época onde trabalhava na rua. “Megafone é outra história, eu já escrevia poesia e a minha criatividade chamou a atenção de um gerente. Fui contratado para fazer propaganda de título de capitalização e fiquei conhecido”, recorda.
“Eu estava no sítio, era fogão à lenha, fui rachar lenha e aí comecei: ‘Tomara que a chuva venha, se a chuva chegar à lenha vai molhar e não tem lenha nem para o jantar. Eu vou, eu vou rachar lenha enquanto a chuva não vem'. Foi a primeira poesia e tem o detalhe de que toda poesia antes é cantoria”, ressalta.
A expectativa de Antonio é públicar antes do Natal um livro com cem poesias. "No final do ano vai sair meu primeiro livro e eu estou pedindo para gráfica fazer um ou dois dias antes do Natal para presentear as pessoas", destaca. Outro desejo dele é se fantasiar de Papai Noel para animar as pessoas.
Enquanto esse momento não chega, Antônio segue se vestindo de Velho do Rio e passeando com o carro decorado e com a frase ‘Hexa’ escrita em letras coloridas no painel. “Antes da primeira vitória do Brasil eu falei: ‘A taça do penta já é nossa, então eu posso desfilar por aí, me orgulhar disso e mostrar que com a taça ou sem a taça sou brasileiro na raça’. Vamos ganhar a do hexa na raça”, conclui.
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