Barbearia volta a virar moda e curso atrai quem quer investir na onda retrô
Com tanta facilidade e tecnologia ao alcance das mãos, a profissão de barbeiro caiu no esquecimento, mas como a onda retrô traz tudo outra vez, e com muito mais chame, o passado voltou e agora é a nova aposta de quem quer investir em um segmento mais personalizado e exclusivo. Hoje é possível encontrar, inclusive, curso específico para isso.
O publicitário Luciano Reis, de 28 anos, é aluno de um deles. Fez, até agora, a terceira aula de um total de 18, mas sabe bem o que quer. “Quero fazer um clube do bolinha, um espaço para homens, um lugar onde os caras possam se sentir à vontade, falar de assunto de homem, de futebol, mulher, assistir um jogo, porque nem todos se sentem bem em um ambiente mais feminino”, afirma.
A ideia, na verdade, é abrir um espaço com uma pegada mais retrô, oferecendo cortes tradicionais dos anos 30, 40, 50 e 60, além, claro, do serviços específicos de barbearia. O foco não são os desenhos e “coisas moderninhas”, mas o clássico do passado.
“O ato de fazer barba tem todo um preparo. Não é como fazer em casa. Eu quero trazer para o meu cliente um momento de prazer, de entretenimento. Ainda estou pesquisando os espaços, mas não quero centrão e nem bairro”.
A profissão, diz o publicitário, “está sendo resgatada por uma galera mais underground porque hoje cortar cabelo é uma questão de conceito”. Está ligado à moda e, muitas vezes, à música. O estilo rockabilly está aí para provar.
Mas nem todos pensam assim. A operadora de caixa Sandra Cleuza Pereira, 33, outra aluna da turma, só quer trabalhar com o namorado, que já tem um salão e está na profissão há pelo menos 1 ano.
Ela quer oferecer aos clientes serviços completos e não apenas o corte de cabelo, por isso resolveu estudar. O espaço, adianta, vai ficar mais moderninho.
São ambições diferentes. Tem gente que entram pensando como Luciano, enquanto outros só querem melhorar o negócio, assim como Sandra, mas, via de regra, o curso tem atraído mais homens que mulheres, afirma o supervisor comercial do Instituto Embelleze em Campo Grande, Deivair Valenciano, de 24 anos.
Qualificação - A rede abriu as duas primeiras duas turmas do curso de Barbeiro Academy Hair no final do mês de abril. A de quarta-feira à noite tem 14 homens e 2 mulheres, contra 8 homens e 5 mulheres do grupo de quinta pela manhã.
As aulas, que acontecem uma vez por semana, tem duração de 4 horas. Isso significa que aluno só pega o certificado no final de 5 ou 6 meses. A qualificação é rápida, mas o suficiente para aprender o básico e depois se aprimorar, garante o supervisor.
“A pessoa aprende toda a parte de atendimento, tipos de barbearia, corte de cabelo masculino e como tirar barba, os modelos”, explica.
O aprendizado acontece por módulos. Começa na teoria e depois vai para prática. A grade inclui apresentação, introdução aos tipos de negócio, análise de cabelo, corte em cabeça de boneca e modelo e, dentre outras coisas, no final, um resumo de tudo o que foi ensinado. As três últimas aulas são para cortar e fazer barba ao mesmo tempo.
Serviço - O curso, no Instituto Embelleze, custa R$ 1.807,35 (1 + 5 de R$ 361,47), mas como é lançamento o pacote está sendo vendido a R$ R$ 1.174,25 (1 + 5 de R$ 234,85). O aluno ganha apostila, uniforme e cabeça de boneca para praticar cortes. Tem que levar, no entanto, o próprio material (secador, tesoura, lâmina...).
Uma terceira turma foi aberta e ainda não há inscritos. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (67)3027-5700 – (67)3025-1232. A unidade de Campo Grande fica na Avenida Afonso Pena, 1885, no Centro.