Já comeu um X-Aero Rancho? Em lanchonete, bairros da cidade viraram lanches

E aí, você já comeu um X-Aero Rancho? Se não, ainda dá tempo de experimentar. Uma lanchonete da Capital resolveu inovar o cardápio e criou lanches feitos especialmente para bairros e vilas da cidade.

Jackson dos Santos, de 27 anos, é o dono do Guinness Food e conta como surgiu a ideia. "Na hora da entrega, a gente percebe o jeito diferente de cada bairro. Então pensamos: se cada um tem um diferencial, vamos diferenciar nos lanches também", relata.

Surgiram assim os X-Moreninhas, X-Alves Pereira, X-Guanandi e tantos outros. Cada um tem a própria explicação dos ingredientes escolhidos. "Dizem que Nhá Nhá é muito perigoso, que o pessoal sofre lá por isso. Eu não conheço, mas é o que falam. Então a gente fez um lanche mais humilde", explica.

O X-NhaNha é mais barato do cardápio, custa R$ 8 e leva pão, mortadela, muçarela, catupiry, milho, alface e tomate. Já o X-Universitário, por exemplo, leva alguns dos ingredientes que a galera mais jovem curte bastante: bacon e cheddar. Ele custa R$ 15 e conta com pão, dois hambúrgueres, ovo, cheddar, bacon, batata palha, presunto, muçarela, alface e tomate.

"Tem outros bairros, como a Vila Carvalho, que a gente abriu no Facebook enquete pra saber quais ingredientes colocar. Eu não sei o motivo, mas disseram que na Carvalho tinha que ter calabresa, que o povo gosta, então colocamos", conta Jackson.

Um dos lanches mais caros é X-Periferia, de R$ 17, com calabresa, ovo, dois hambúrgueres, molho picante e salsicha como diferencial. "Falaram que periferia teria que ser o mais barato, mas a gente quis mostrar outro lado. É um lanche com bastante coisa, pra matar a fome de uma vez". Também o X-Condomínio, com contra-filé, linguiça apimentada, bacon, ovo e vinagrete, por R$ 15.

Os moradores dos bairros que ficaram de fora já estão pedindo para serem incluídos. A promessa é que um novo cardápio, com mais barros e vilas da cidade, deve sair em breve. "O pessoal do Dom Antônio é um dos que estão pedindo muito, a gente vai fazer".

Jackson relata ainda quais bairros são mais receptivos e atenciosos na hora de pedir alguma informação na entrega. "O Pioneiras, o Lageado, o Aero Rancho. O pessoal ajuda muito, são muito acolhedores. Já na região central o pessoal tem medo, se a gente pede informação fecham o vidro", conta.

Ainda tem outros lanches com inspirações mais abrangentes, como o X-Cavalo, Oooolha, baseado num bordão de programa de TV regional. "A gente quis zuar, fazer várias brincadeiras".

Dedicação - Jackson relata que perdeu a mãe e a irmã recentemente, e se viu sem perspectiva nenhuma, até que acordou e decidiu correr atrás de uma vida melhor. Ele já mantinha uma lan house no Alves Pereira, mas não rende tanto dinheiro.

Por isso decidiu abrir uma lanchonete, há cerca de 6 meses, depois de receber elogios pelo hambúrguer caseiro que preparava para os colegas. "Vi um anúncio de uma chapa e troquei minha mobilete pela chapa. Foi coisa de destino", conta. "A gente não tem muito dinheiro, só tínhamos a chapa e a vontade de tentar".

Ele recebe a ajuda do irmão, Janderson, e do primo, para cozinhar os lanches e fazer as entregas. Ele recebeu apoio dos criadores de duas páginas de humor da cidade ("Passeando em Campo Grande" e "Campo Grande Mil Grau"), que conheceram os lanches, gostaram muito e decidiram divulgar.

Atualmente, o Guinness Book vende cerca de 60 lanches por noite e é um dos estabelecimentos de hambúrguer mais bem avaliados no aplicativo de entrega iFood, com a nota alta 4,5. "Estamos na frente de várias lanchonetes populares", comemora. Entre 125 restaurantes do aplicativo, o Guinness já está na posição 29º dos mais pedidos, em poucos meses de atuação.

Agora, Jackson pretende reformar seu espaço para atender os clientes no local, além de fazer as entregas. "Aqui só uso carne nobre, todos os ingredientes são de qualidade", garante.

O Guinness Food tem uma página no Facebook, que pode ser acessada clicando aqui. Para fazer encomendas, o número é 99247-0707.

Curta o Lado B no Facebook.