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Consumo

Professora cria sex shop e vai até rodovia vender a caminhoneiros

Professora resolveu vender produtos eróticos e a maioria dos clientes são homens, que amam o “Tesão de Vaca”

Thailla Torres | 02/02/2022 06:40
Professora descobriu "mina de ouro" depois de ver explosão do mercado erótico na pandemia. (Foto: Marcos Maluf)
Professora descobriu "mina de ouro" depois de ver explosão do mercado erótico na pandemia. (Foto: Marcos Maluf)

Depois de anos ensinando no EJA (Educação de Jovens e Adultos), na cidade de Nova Alvorada do Sul – a 115 quilômetros de Campo Grande, a professora Rosângela Alexandre Bueno, de 43 anos, resolveu ensinar também sobre os benefícios de explorar a sexualidade com produtos eróticos. Foi assim que abriu um sex shop em 2018 e ganhou uma freguesia fiel até no interior. Mas nos últimos anos, ela descobriu outro público curioso: os caminhoneiros.

Hoje morando em Campo Grande, no Bairro São Lourenço, a professora vai até as rodovias  entregar pessoalmente os pedidos aos clientes caminhoneiros que estão de passagem pela cidade.

A primeira venda ocorreu no ano da pandemia, em 2020, quando um dos caminhoneiros entrou em contato a fim de uma bomba peniana, acessório com um tubo e anel em sua base, ligado a uma bomba manual ou elétrica, tendo como função criar um sistema a vácuo, ocasionando o aumento peniano e minimizando problemas como: ejaculação precoce e disfunção erétil. “Alguns também o utilizam para a masturbação”, explica.

Rosângela segurando o "Tesômetro" nas mãos. (Foto: Marcos Maluf)
Rosângela segurando o "Tesômetro" nas mãos. (Foto: Marcos Maluf)

Depois da primeira ida até à beira da estrada para entregas, o boca a boca entre os caminhoneiros fez Rosângela ganhar mais clientes. Ela diz que o público tem preferência pela bomba peniana, masturbadores masculinos e um produto mais peculiar, chamado “Tesão de Vaca”, para dar aquele "up" na libido. “É um estimulante, mas não é remédio, é um afrodisíaco mesmo”.

Com o tempo, a freguesia foi aumentando e tem caminhoneiros “reincidentes”, diz a vendedora. “Um deles já comprou quatro vezes comigo. Comprou também espartilho para a esposa e algemas”.

Além de atender um público que nunca imaginava conquistar, Rosângela viu na pandemia uma “explosão” de procura pelos acessórios eróticos. “As pessoas ficaram mais tempo em casa e quiseram explorar mais a sexualidade”.

Foi assim que ela passou a entregar quase na cidade inteira. Muita gente busca vibradores, talvez para aliviar aquela tensão ou saudade do sexo no isolamento, ou são casais em busca de inovar na relação sexual.

Bomba peniana é um dos queridinhos dos caminhoneiros, além do Tesão de Vaca. (Foto: Marcos Maluf)
Bomba peniana é um dos queridinhos dos caminhoneiros, além do Tesão de Vaca. (Foto: Marcos Maluf)

Com o tempo, a professora diz que passou a estudar cada vez mais os produtos para entender tudo sobre o mercado dos acessórios eróticos. “Tem que ter jeito para vender e jeitinho até para falar com os clientes, afinal, não posso deixar ninguém constrangido. A ideia é desconstruir mesmo e fazer com que a pessoa se sinta mais à vontade para comprar”.

Ela também diz que a discrição é regra nesse mercado. “Eu reciclo sacolinhas de produtos aleatórios e entrego produtos dentro dessas sacolas. Já levei vibradores em empresas dentro da sacolinha da Cacau Show, por exemplo”, diz, mencionando empresa que vende chocolates.

Isso porque muitos pedidos são feitos na hora do expediente e ela realiza a entrega na empresa mesmo. “A pessoa, às vezes, quer usar logo quando sair do expediente ou em casa. Então, eu já faço a entrega durante o dia. Muitos pelo Centro”.

Questionada se nunca sofreu algum preconceito numa cidade do interior como Nova Alvorada, ela diz que foi surpreendida. “Como eu era professora de adultos e no interior ainda há um respeito maior pelos professores, quando eu comecei a vender, meus próprios alunos viraram clientes e até hoje atendo a cidade”.

A cada 15 dias, ela diz que envia encomendas para clientes de lá e também para qualquer lugar do País.

Nas redes sociais, ela mostra a cara e dá dicas quase didaticamente sobre o uso de cada produto e seus benefícios, para uso só ou acompanhado. “É bacana, tenho visto muita gente se desconstruir. E acredite: meu público maior é masculino. Os homens compram demais”, finaliza.

Quem tiver interesse em ver ou comprar os produtos da professora Rosângela, basta seguir o seu perfil no Instagram @vermelhocerejastore.

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