Antigo “lixão” do Residencial Oliveira vira palco tomado por sarau
Sarau do Parque levou desde música e dança até teatro para a bosque do bairro
Para o alívio e alegria de quem viu o Residencial Oliveira crescer, uma área que costumava ser usada como “lixão” na Rua Antônio João Escobar foi tomada por cultura neste domingo (16). Sobre o chão de terra, as cadeiras foram ocupadas por olhares encantados das mais variadas idades.
Em sua 15ª edição, o Festival Sarau do Parque reuniu diversos estilos musicais, apresentação de artes cênicas, dança e contação de histórias entre as 16h e 20h. Sem nem acreditar no que o espaço se tornou, a pedagoga Patrícia Pereira Lima, de 45 anos, conta que mora no bairro há mais de 20 anos e nunca imaginou que aquele espaço poderia reunir boas coisas.
“O bairro ainda não recebe tanta coisa, agora é que o pessoal que cuida desse espaço começou a trazer coisas legais. É ótimo demais ter eventos assim, a gente se diverte e as crianças também”, conta Patrícia.
Acompanhando a mãe, Iago, de 9 anos, foi uma das crianças que não desgrudou os olhos das apresentações. Encantado com os grupos de dança, ele arriscou até dizer que no futuro também vai subir nos palcos.
Assim como quem já vive no bairro há bastante tempo, moradores mais recentes contam que ver um evento cultural sendo levado para as ruas de terra significa muito. Há três anos morando em Campo Grande, Graycy Emanuele Vieira, de 39 anos, aproveitou para levar as duas filhas, Alba e Manuela, para conhecer as atrações.
De acordo com a moradora, só o fato de cada espaço vazio ser ocupado por cultura já é algo importante. “Aqui no bairro nós temos alguns espaços vazios e esse aqui tem sido bem aproveitado. Pode trazer as crianças, assistir às apresentações é algo que faz bem e melhora a região também”, conta.
E até para quem não é do bairro a existência do sarau faz diferença. Augusto Vilanova mora em outra região da cidade, mas devido à acessibilidade para pessoas surdas se desloca com a mãe.
Garantindo que gosta de todas as atrações, mas que se diverte ainda mais com teatro e dança, Augusto conta que não se cansa do sarau. Neste domingo, ele assistiu à terceira edição ao lado da mãe, Cristiane Vilanova, da professora e intérprete de Libras, Danielle Mocellin e do coordenador da equipe de intérpretes do Festival Sarau do Parque.
Para Cristiane, poder acompanhar o filho em eventos culturais que oferecem acessibilidade é uma alegria constante. “Ainda é difícil encontrar eventos que tenham tradutores. Eu, como mãe, não sei todos os sinais, mas o intérprete vai conseguir mostrar coisas, dar a experiência total. Quando a gente chega em casa, ele conta tudo o que gostou e explica que isso é graças ao intérprete”.
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