Carnaval na balada tem fila de gente disposta à festa sem hora para acabar
Preço e bebida na faixa são os grandes atrativos para o público, que também leva em conta a música do evento
Na rua, o Carnaval está marcado para acabar meia-noite, mas para muita gente a madrugada ainda vai longe quando se fala da festa. Ontem, por exemplo, três baladas abriram com o tema do momento, e duas delas bombaram a noite toda! A equipe do Lado B foi atrás dessa galera pra entender que horas o rolê termina.
No Rota Acústica, eram quase 3 horas e uma fila gigante anunciava que o "Carnaval Eletrônico de Graça" ainda ia longe. Já na Non Stop Club, a galera chegou mais cedo, lá pelas 23h pra curtir o "Bloco Xô Preconceito", que acontece dentro de uma boate justamente por segurança do público LGBT. A casa abre suas portas com open bar a R$ 15, outro chamariz de gente.
De acordo com o organizador do evento e do bloquinho, Júnior Lopes Cunha, de 23 anos, o público que vai atrás desse tipo de festa está justamente em busca de um lugar seguro para continuar a folia. "A gente sabe que o Carnaval de rua dá um horário e acaba, porque começa cedo. Então depois desse momento, já não é muito legal ficar por ali, até por respeito né. Então, a estrutura que uma casa dessas tem, aliada a segurança, atrai o público, isso sem contar, claro, as atrações".
Para Júnior, trazer um pouco do que se sente lá fora para dentro da boate é a chave do sucesso. "Lá eles pulam, se divertem, se sente livres e convivem com a diversidade, aqui dentro também é assim. É um after mesmo. A gente solta pop e funk no começo da festa e o Carnaval, com axé Bahia e marchinhas a partir das 2h", completa.
Para a atendente Evelin Raquel de Oliveira, a festa compensa. "Paguei um valor em conta pra beber a vontade, dançar o que eu gosto de curtir e, isso tudo, faço segura, ao lado dos amigos, então não preciso de mais nada".
Para o acadêmico de Letras, Mateus Luz, de 18 anos, o Carnaval não tem lugar pra acontecer. "Precisamos disso, desses espaços. A diversidade que a festa propõe e traz cabe em qualquer espaço, em qualquer música", comenta.
Pelo jeito, é isso mesmo que o campo-grandense pensa. Já vimos Carnaval do reggae, do rock e surpreendentemente achamos o Carnaval do eletrônico ontem. A procura para entrar no rolê no Rota era considerável. Na fila pelo menos cem pessoas aguardavam para entrar na festa gratuita.
O preço, inclusive, é outra coisa que conta muito, pelo menos para Izabele Tamazato, 22, e Guilherme Proenza, 21. Eles aguardavam na imensa fila porque, claro, a entrada tinha custo zero. Cerca de 1.500 pessoas decidiram que valeria a pena curtir o carna de graça. "Se fosse como nas baladas normais que quanto mais tarde você chega mais caro fico seria complicado. A gente ontem tava atrás do bloco e hoje como tive que trabalhar, saí de lá e vim pra cá curtir a música", diz Izabele.
Jeniffer do Nascimento, de 23 anos, e seus amigos do grupo BPN Só Família saíram do bloco Capivara Blasé e foram pro Rota às 2h30. Para eles, o rolê não terminou tão cedo. "O Carnaval é uma festa reconhecida no nosso país então é claro que os organizadores de eventos aproveitam do clima para fazer eventos grandes como esse. Muitas vezes, o nosso after nem tem nada a ver com o Carnaval em si, só o nome do evento que se encaixa no perfil", afirma.