Casa do Artesão fez público sair de casa e ver prédio centenário
Estrela da noite, prédio histórico dividiu holofotes com shows de Gabriel Sater e Geraldo Espíndola
No cruzamento das avenidas Calógeras com Afonso Pena a expectativa dominava o público que aguardava o show de Geraldo Espíndola, Gabriel Sater e a reinauguração da Casa do Artesão. Estrela da noite, o prédio centenário abriu as portas para os moradores da Capital após 14 meses fechado para restauração.
Com direito a fita laranja e laço na entrada, o prédio começou as primeiras horas de evento fechado para o público. Na calçada, moradores passavam e paravam para dar uma espiada através das portas de vidro.
Maria de Souza Paula, de 69 anos, ainda não tinha conseguido entrar para explorar o resultado da reforma, mas de longe gostou do que viu. Ela fala que sempre frequentou o lugar e não poupa elogios ao resultado.
“Toda a vida desde que começou comprei bastante artesanato aqui. Tenho até hoje uma toalha enorme de crochê. Tá bonito, gostei daquela parte do cantinho, não sei de qual forma eles arrumaram, mas parece que se estendeu. Ainda bem que não destruíram o prédio, porque é tão histórico”, diz.
A curiosidade do público em ver a área interna do prédio só foi saciada após às 18h30, quando o governador Eduardo Riedel (PSDB) removeu a faixa laranja da entrada ao lado da gestora da Casa do Artesão, Eliane Torres. O momento foi celebrado com fogos de artifício, palmas e um curto show pirotécnico.
A artesã Francisca Rondon, de 79 anos, comenta que a classe precisava ter um lugar que contemplasse o trabalho produzido. “Estávamos precisando de um lugar como esse, isso aqui representa nosso cartão de visita. Não só a mim, mas a todos os artesãos do Estado. Temos aqui artesãos valiosíssimos. Isso que está acontecendo agora é maravilhoso, o crescimento e apoio das autoridades”, destaca.
Com itens decorativos e utilitários, a Casa do Artesão reúne o trabalho de mais de 800 artesãos. As peças expostas no local são trabalhadas em diferentes materiais, como cerâmica, madeira, osso, tecido, couro de peixe, miçanga e até fibra salsaparrilha.
O artesanato rico em diversidade teve as primeiras peças vendidas no domingo. Entre as visitantes que aproveitaram a ocasião para fazer compras estava Cláudia Coury, de 56 anos. Após morar por quase duas décadas nos Estados Unidos, ela retornou a Campo Grande e aproveitou o domingo para conferir a inauguração e levar alguns itens para casa.
Ela fala que é a primeira vez que entra na casa e elogia que alguns detalhes foram preservados após a restauração. “Na minha infância eu vinha passar férias, mas não conheci aqui. Tá lindo, maravilhoso, mantiveram o piso de ladrilho hidráulico que amo”, frisa.
O retorno da Casa do Artesão traz um novo conceito do trabalho de artesãos de Aquidauana e Corumbá que também tem lugar reservado para expor a produção. A nova proposta é resultado da oficina do designer Rodrigo Ambrosio, de 38 anos, com os artesãos dos dois municípios.
A iniciativa, segundo Rodrigo, foi apresentar novas possibilidades de criação com os mesmos materiais. “Desenvolvemos as peças para mostrar outros caminhos, mas mantendo a tradicionalidade e a origem deles. A dona Francisca fazia chaveiro só com jacaré e falei pra ela: ‘Isso dá pra ser uma joia, um colar”, explica.
Show animado - Com uma plateia composta por pessoas de todas as idades , o show começou antes das 19h com Geraldo Espíndola que trouxe no repertório a emblemática canção ‘Vida Cigana’. O público uniu a voz a do cantor logo nos primeiros versos: ‘Ó meu amor não fique triste saudade existe pra quem sabe ter”.
Já no palco, Gabriel Sater falou que a longa espera para cantar na Capital chegava ao fim. ‘Como diz o grande poeta Renato Teixeira tudo nessa vida está pra começar, quando for a hora assim será. É para chegar nesse dia da reinauguração desse marco, dessa casa tão importante para a cultura su-mato-grossense”, declarou.
Veja o vídeo:
O show seguiu com canções animadas do artista que dedicou uma delas para as ‘princesas’ que estavam no local. A canção escolhida foi ‘Noite de Tempestade’ que fez parte da trilha sonora de Pantanal e embalou o romance do personagem Trindade e Irmã.
Quando ‘Noite de Tempestade’ ia chegando ao fim, a chuva começou tímida no Centro de Campo Grande. A leve garoa não espantou a plateia e minutos depois parou para não voltar.
Em outro momento marcante, Geraldo retornou ao palco e cantou com Gabriel a música ‘É necessário'. No clima de harmonia, que somente velhos amigos que tocam juntos há anos estejam, o show foi seguindo.
Após fazer a promessa de tocar ‘Cavalo Preto’, Gabriel interpretou a canção e no final da apresentação cantou até parabéns para os aniversariantes do dia.
Acompanhe o Lado B no Instagram @ladobcgoficial, Facebook e Twitter. Tem pauta para sugerir? Mande nas redes sociais ou no Direto das Ruas através do WhatsApp (67) 99669-9563 (chame aqui).
Confira a galeria de imagens: