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Diversão

Depois de ONG, rádio LGBTQIA+ é novo sonho de luta em Aquidauana

Ideia é conseguir ampliar os espaços para divulgar e debater sobre os direitos da comunidade

Aletheya Alves | 11/06/2023 07:51
ONG foi criada em 2020 e, agora, novo objetivo é ganhar espaço com web rádio. (Foto: Arquivo pessoal)
ONG foi criada em 2020 e, agora, novo objetivo é ganhar espaço com web rádio. (Foto: Arquivo pessoal)

Desde 2020, Suzy Pereira decidiu que se dedicaria às populações vulneráveis de Aquidauana e, depois de priorizar o público LGBTQIA+, viu que a cidade precisaria de ainda mais ações. Agora, mantendo o sonho, se uniu com os outros integrantes da ONG para criar uma web rádio que quer intensificar o espaço de luta.

Com orgulho de dizer que é mulher transexual, a diretora da ONG Igualdade para Todos explica que apesar de ver uma melhora na cidade em relação ao conservadorismo, ainda faltam espaços.

“Eu sou de uma família conservadora e me entendi como homossexual muito cedo. Fui ex-presidiária e criei essa ONG com muita dificuldade, até porque morar em Aquidauana onde as pessoas riem da gente não é fácil”, explica Suzy.

Em geral, a organização atende travestis e mulheres transexuais que precisam de direitos básicos como moradia e alimentação, tudo sem apoio financeiro fixo. “Nós moramos em uma casa cedida, sem apoio do governo ainda. Temos um apoio da Prefeitura com algumas ações sociais como a questão da cesta básica e exames de sáude”.

Agora, para tentar melhorar os serviços e conseguir ampliar os espaços de discussão, surgiu a ideia de criar a web rádio. “A gente encontra dificuldade para divulgar as ações que fazemos. Temos 100 pessoas cadastradas, mas não temos espaço para compartilhar e para fazer qualquer tipo de divulgação é necessário pagar”, diz.

Para a diretora, a dificuldade está vinculada ao preconceito e, cansada de precisar pedir por apoio sem grande sucesso, a melhor solução encontrada foi ter algo da própria comunidade.

“Vamos criar essa rádio para divulgar nossas ações, interagir com as pessoas e conseguir patrocínio para pagarmos as ações que temos feito. Estamos contratando um radialista para a equipe e pensamos em três programações principais”, comenta.

Computador para dar início aos trabalhos foi adquirido pelos resposáveis. (Foto: Arquivo pessoal)
Computador para dar início aos trabalhos foi adquirido pelos resposáveis. (Foto: Arquivo pessoal)

Conforme a criadora narra, a rádio deverá tocar os mais variados gêneros musicais, sendo que as programações serão o diferencial. “Todo domingo queremos estar na praça para fazermos ações culturais para a comunidade LGBTQIA+, estamos pensando em um espaço para notícias e boletins, além de outra programação com debates”.

Apesar das possibilidades serem infinitas, ela explica que os principais objetivos são divulgar sobre as ações e direitos dessa população. “Nós queremos oferecer isso, acho que essas pessoas merecem”.

Por enquanto, a compra dos equipamentos ainda está caminhando, sendo que apenas um computador foi adquirido. Suzy explica que outros materiais para adaptar um dos quartos da casa também deverão entrar na lista de itens necessários.

Com esperança de que tudo vai dar certo, a ideia é lançar a rádio ainda neste mês e, para quem se interessar, contato é (67) 99141-0239.

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