Férias na Antártida foram aventura que Carlos nunca imaginou
Ao todo, foram 12 dias viajando de navio, sendo que 7 foram na Antártida em si
Em dezembro de 2023, Carlos Eduardo Moreira Ayres de Souza deu início a uma aventura que nunca imaginou: passar as férias na Antártida. Ao lado de um amigo de trabalho, ele saiu de Mato Grosso do Sul para passar 12 dias viajando dentro de um navio e ir até o continente gelado.
Dos icebergs aos pinguins e vulcão desativado, Carlos conta que é difícil descrever o quão diferente é a sensação de estar em meio às geleiras. Ainda mais porque a decisão de entrar na aventura veio como a sugestão de um amigo.
“Um velho amigo do trabalho me convidou. Era o sonho dele. Ele disse que não gostaria de ir sozinho em razão de ser um lugar extremamente inóspito e porque ninguém da família dele tinha aceitado acompanhá-lo. Ele sabia que eu aceitaria”, introduz o morador de Três Lagoas.
Após receber a ligação do amigo, Carlos aceitou e, a partir dali, foram necessários apenas alguns ajustes para entrar na expedição. “Escolhemos a companhia Oceanwide, que é especialista em viagens na Antártida e no Ártico. Eles têm três navios. Escolhemos o mais novo porque ele possui um dispositivo para melhorar a estabilidade, também porque a data da expedição encaixava nas nossas programações”, diz.
Para chegar até o navio, eles foram de avião até Ushuaia, na Argentina, e embarcaram no porto durante o dia 25 de novembro. A expedição foi finalizada no dia 7 de dezembro.
“Navegamos por dois dias e meio. No dia 28 chegamos nas primeiras ilhas da Antártida. O primeiro contato com o continente foi nesse dia. Ficamos 7 dias por lá, sendo que havia pelo menos dois passeios por dia. Além dos passeios, fizemos montanhismo, caiaque, acampamento e curso de fotos. O retorno também durou dois dias e meio”, detalha Carlos.
Sobre os preparativos, ele narra que a própria companhia fornece uma relação de roupas que são necessárias para fazer as atividades. Na lista, estavam botas impermeáveis, bastão de neve, luvas e óculos, além de outros itens.
E, durante a viagem, uma das sugestões da companhia foi de manter um diário, sendo que Carlos colocou em prática. “Eles recomendaram que escrevêssemos todas as nossas impressões e vivências. E eu fiz isso! Foi fantástico porque fui anotando todas as emoções e revelações da viagem. Hoje, depois da viagem, leio o que escrevi e me impressiono com a forma como fui surpreendido com os acontecimentos, por exemplo, quando vi o primeiro pinguim ou o primeiro iceberg”.
Sobre as surpresas, o viajante explica que a sensação de ver tudo tão diferente fez com que se sentisse sem um pertencimento, como se o continente não fizesse parte do planeta. “ A sensação de perigo tb é constante. A água está a quase 0 ⁰C. Qualquer pessoa que caia naquela água não consegue sobreviver por mais de 3 minutos. Se desse algum problema no navio, também perderíamos nossa proteção”.
Outros pontos destacados por ele foi ver a quantidade de vida vegetal e animal, a agressividade da Passagem de Drake (parte do oceano Antártico localizada entre a extremidade sul da América do Sul e a Antártica. Uma das zonas com piores condições meteorológicas marítimas do mundo), “a beleza, as cores e os formatos dos icebergs, a imensidão das geleiras e montanhas”.
E, se fosse para escolher apenas uma parte favorita, Carlos pontua que seriam os icebergs. “Eles eram imensos, exuberantes, cheios de formatos aleatórios, silenciosos e poderosos ao mesmo tempo. Outro aspecto que me chamava a atenção era a cor: eles eram brancos, mas tinham um brilho azul. Como eu sou daltônico e a cor azul é uma das cores que eu vejo melhor, eles destacavam muito”.
Além disso, ele destaca a imensidão de tudo, os animais, algas e musgos. “ Visitei um vulcão ativo lá na Antártida. Subi nele. Também subi montanhas totalmente cobertas de neve. A visão de lá de cima era linda demais. O passeio de caiaque também foi lindo, lindo, lindo. Toquei em vários icebergs. Comi alguns pedaços”, completa, garantindo que a emoção continua por aqui.
Confira a galeria de imagens:
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