Festa e parabéns marcam a união de grupo que nasceu pelo cromossomo do amor

É na troca de experiências que eles encontram forças para lutar pela inclusão, respeito e amor às pessoas mais importantes da vida. No Dia Internacional da Síndrome de Down, a noite de ontem foi de festa em um buffet na Vila Bandeirantes, uma forma encontrada pelos pais para celebrar união e dedicação da  "Família Up Down MS", grupo que nasceu e ensina todos os dias que ser diferente é normal.

A advogada Ana Paula Garcia, de 34 anos, acompanha o grupo há meses e foi celebrar com amor todo apoio que recebe para pais que lutam diariamente pela inclusão dos filhos.

"Hoje é um dia que a gente vê todo mundo engajado pelo mesmo propósito e ele merece comemoração, porque ser mãe de um bebê down é lutar desde o início, pelos seus direitos, pelo amor e o respeito", declara a mãe da pequena Marina, de 2 anos. "Ela foi um presente na nossa vida. Hoje até escrevi que ela consegue tirar da gente um sorriso até nos momentos mais difíceis".

O sentimento de Marina é o mesmo de outros pais que conheceram o grupo pela iniciativa de Joyce Lopes, de 34 anos. "Eu já participava de um grupo em Minas Gerais em busca de apoio logo que nosso filho nasceu. E quando me mudei para Campo Grande, senti falta de um grupo que ampare mães com mesmas dúvidas e lutas com filhos com Síndrome de Down, e decidi montar um grupo aqui há dois anos", explica.

No grupo, elas conversam sobre tudo, desde às dúvidas em relação á síndrome, até  troca de experiências sobre a estimulação precoce das crianças. "E nosso maior objetivo é mostrar para as pessoas que nossos filhos são crianças como qualquer outra criança. Lutamos também pelo espaço deles, buscamos lugares que os recebam com carinho e amor. Assim, a gente vai tentando ganhar Campo Grande com respeito", completa Joyce.

A noite foi de brincadeiras, sorrisos e abraços. De mesa em mesa, os pais aproveitaram para se conhecer e compartilhar a felicidades de estarem unidos em uma data tão importante.

A todo momento Sara Rocha, de 40 anos, brincava com Enzo Gabriel, de 3, pelo salão. Nas costas a tatuagem mostra o detalhe que fez do filho uma criança diferente e inspiradora. "O nome dele, os batimentos cardíacos e o número de cromossomos. Tudo de especial que sempre trouxe alegria na minha vida", resume a mãe.

Além de confraternizar, a noite também foi de reflexão para Adriana Barbosa, de 43 anos, que observava os passos e a alegria da filha Maria Eduarda, de 12. "Hoje as condições para uma criança com Síndrome de Down mudaram totalmente, existem mais oportunidades de estímulo. No passado, muitas dessas crianças foram excluídas dentro da própria família, com o passar dos anos foi se mostrando que é possível o desenvolvimento deles", descreve.

Por isso, o momento é tão importante para continuar lutando. "Esse é o momento de união, de referência e de ver que é possível ter uma vida normal ao lado dos nossos filhos. Essa troca de experiência contribui muito para a nossa família e faz a gente querer crescer junto com eles nessa luta".

A organizadora Marina Martins Pinto, de 38 anos, mãe da Nicolly, de 9, esclareceu que a inclusão é mais do que importante e que apesar do 21 de março especial para eles, a luta diária continua. "Queremos unir as famílias o ano todo, fazer com que eles possam crescer juntos e assim lutarmos juntos pela inclusão".

Quem tiver interesse de participar do grupo Família Up Down MS, clique aqui.

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