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Diversão

Festival ocupa Parque das Nações Indígenas e leva arte aos moradores

Evento tem participação de diferentes artistas e ocorre todos os domingos, até dezembro

Guilherme Correia e Bruna Marques | 03/07/2022 17:51
Sarau levou cultura ao Parque das Nações Indígenas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Sarau levou cultura ao Parque das Nações Indígenas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Neste domingo (3), o Parque das Nações Indígenas, na Avenida Afonso Pena, serviu de palco para ações culturais em Campo Grande. A iniciativa do governo estadual uniu artistas de diferentes áreas e o público era composto, em partes, por aqueles que passavam pelo local.

O artista Sulivan Terena, de 23 anos, é da Aldeia Limão Verde, em Aquidauana, e veio à Capital para expor artesanatos, incluindo roupas com estampas indígenas originais, cocares, além de acessórios feitos com sementes típicas do Cerrado. “Comecei com oito anos de idade, já participei de vários eventos de fora do Estado.”

Sulivan exibiu criações feitas por ele. (Foto: Henrique Kawaminami)
Sulivan exibiu criações feitas por ele. (Foto: Henrique Kawaminami)

“Me chamaram para apresentar minhas peças e vim mostrar um pouco da beleza da minha cultura", disse Sulivan.

Ele organiza desfiles de moda com modelos indígenas e era o único artista Terena no evento. “É um privilégio estar aqui mostrando o trabalho do povo indígena. A gente sente que, nesse momento, nossos antepassados estão com a gente. Estou representando meu povo.”

Artista desde a adolescência, Leo Mareco, de 24 anos, referencia as artes visuais e a cultura de rua em seu trabalho. Ele preparava um lambe-lambe, técnica que usa papel e cola, além de outras intervenções. “É o mesmo esquema dos outdoors, mas é artístico e não publicitário.”

O campo-grandense ressalta que participou de eventos no Rio de Janeiro e que o sarau feito hoje valoriza o trabalho local. “É muito bacana, o mais importante é a galera estar valorizando. Esse festival vai valorizar muito os artistas, a população carece desse momento de lazer e contato com a cultura.”

O artista visual Leo Mareco exibiu seu trabalho no sarau. (Foto: Henrique Kawaminami)
O artista visual Leo Mareco exibiu seu trabalho no sarau. (Foto: Henrique Kawaminami)

O escritor Febraro de Oliveira, de 23 anos, participa do coletivo Tarja Preta, com outras 31 pessoas, onde escreve poesias e prosa. A iniciativa que faz parte busca pensar a estética literária sul-mato-grossense, mas também referencia artistas de todo País.

“É a primeira vez que participamos de um evento grande assim. Mas já participamos de eventos onde misturamos influências do Estado e nacionais, e propomos um poema exclusivo nele. É uma iniciativa importante que precisa ser valorizada e dar continuidade.”

Coral Vozes da Periferia cantou músicas populares brasileiras. (Foto: Henrique Kawaminami)
Coral Vozes da Periferia cantou músicas populares brasileiras. (Foto: Henrique Kawaminami)

O aposentado José Oscar Thin Mendonça, de 66 anos, veio da Vila Ipiranga com esposa e um casal de amigos. “Achei muito legal a integração deles com a gente. Foi uma surpresa, não estávamos sabendo, viemos para caminhar. Todos os fins de semana deveriam ter encontros assim.”

Queira ou não, tem uma diferença social muito grande e esses tipos de eventos servem para integrar as pessoas. Tudo isso só acrescenta para nós.”

A cabeleireira Sumaia Foster, de 48 anos, trouxe filha e esposo do Monte Líbano para prestigiar e achou interessante a venda de artesanato. “Temos a questão da integração das pessoas. Eu acho que esse tipo de evento deveria ter ao menos uma vez ao mês, vai criando costume. Temos um espaço tão bonito e amplo que deve ser aproveitado.”

Estrutura montada para receber artistas. (Foto: Henrique Kawaminami)
Estrutura montada para receber artistas. (Foto: Henrique Kawaminami)

Evento - O secretário estadual de Cidadania e Cultura, Eduardo Romero, afirma ao Campo Grande News que o evento era esperado há mais tempo, mas somente no início deste ano foi lançado o edital.

“O sarau tem essa vantagem, é um encontro mais intimista. É um evento onde tudo é muito rápido, mas muito integrado. Você garante todas as linguagens, as propostas. Todo mundo tem um tempo pequeno, mas suficiente para mostrar o que é capaz de fazer. A gente está iniciando hoje a primeira edição.”

Segundo ele, não há estimativa de público e um dos objetivos é “ocupar os parques da cidade”. “Quando você ocupa, você garante que as pessoas se sintam mais a vontade para se sentirem pertencentes nessa comunidade. “É um momento importante, uma retomada de eventos presenciais. Uma aproximação da arte e cultura.”

O evento ocorre todos os domingos, das 16h às 22h, e os artistas selecionados receberão cachê de R$ 1 mil para estar nas ações oficiais, mas haverá espaços para que qualquer um possa entrar.

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Evento é gratuito e ocorre todos os domingos no Parque das Nações. (Fotos: Henrique Kawaminami)
Evento é gratuito e ocorre todos os domingos no Parque das Nações. (Fotos: Henrique Kawaminami)

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