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Diversão

Temporada da Dançurbana traz espetáculos encenados por mulheres

A apresentação de sexta contará com audiodescrição e, em todos os dias, haverá intérprete de libras.

Thailla Torres | 18/07/2023 10:32
"A Pele de Dentro", com Ariane Nogueira, que compõem o projeto "Singulares – Mostra de Solo".
"A Pele de Dentro", com Ariane Nogueira, que compõem o projeto "Singulares – Mostra de Solo".

Nesta sexta (21), sábado (22) e domingo (23), às 19h30, na Casa de Ensaio, a Cia Dançurbana realiza a "Temporada Quanto Custa?" com apresentações dos solos "Euphoria", com Lívia Lopes e, "A Pele de Dentro", com Ariane Nogueira, que compõem o projeto "Singulares – Mostra de Solo". A apresentação de sexta contará com audiodescrição e, em todos os dias, haverá intérprete de libras.

O corpo negro em cena

Euphoria é um solo de dança inspirado nas obras de Jean-Michel Basquiat, que era um artista visual, apaixonado pela anatomia do corpo humano e que questionava em suas obras como os corpos negros eram vistos na sociedade. A intérprete-criadora anima-se na linha que verte do mínimo movimento ao excedente, refletindo o que seria a condição humana dentro da sociedade, e as barreiras que separam bolhas sociais. O ser em vários estados físicos, o ser negro, sendo.

Este solo tem como intérprete-criadora Lívia Lopes, dramaturgismo de Neemias Santana, direção geral de Marcos Mattos, trilha sonora com Banda Gray (Álbum Shades of...), concepção de figurino por Maíra Espíndola, confecção de figurino por Jane Rosa e iluminação por Leonardo Lopes. E a classificação é livre.

Na busca pela pele de dentro

No solo "A Pele de Dentro", a partir do pensamento de que o corpo é portador de memória, história e herança, o espetáculo percorre um processo de descamação externa para encontrar a pele de dentro. Explorando as matrizes corporais afro brasileiras e as sensações latentes de seu próprio corpo, a intérprete segue movimentos aterrados, a sinuosidade e sensualidade dos quadris, a presença escapular, a flexão dos joelhos e pés descalços em contato com o chão, emergindo o que há de mais profundo na sua ancestralidade. Rítmica. Livremente inspirado nas Aiyabás, divindades negras femininas e suas simbologias, para compor a dramaturgia e construção dessa identidade corporal.

Este solo tem como intérprete-criadora Ariane Nogueira, dramaturgia e direção de Marcos Mattos, provocação cênica de Munique Costa, trilha sonora de Reginaldo Borges, figurino por Maíra Espíndola e operação de luz por Leonardo Lopes. E a classificação indicativa é de 14 anos.

Quanto Custa?

A "Temporada Quanto Custa?" tem a dinâmica do pague o quanto quiser e puder pela apresentação; é o público que define o valor. E o incentivo municipal mantém o posicionamento da companhia de reflexão e contribuição voluntária, no qual o público decide o valor que a arte tem para ele.

A política de democratização do acesso e popularização da dança sempre guiou a Temporada em seus 5 anos de realização, possibilitando que muitas pessoas fossem ao teatro pela primeira vez. O grupo entende que as produções artísticas devem estar ao alcance de todos e manterá este propósito a partir do ingresso gratuito disponibilizado nas opções de contribuição na plataforma do Sympla e por meio de parcerias com pessoas físicas, instituições e grupos representativos. Essa questão é pensada nas camadas profundas de desigualdades que assolam a organização do país. Uma reflexão importante do indivíduo para o coletivo.

Para assistir aos espetáculos é só escolher o dia e reservar o ingresso pelo Sympla. Ao reservar o ingresso, o interessado pode ou não fazer uma contribuição voluntária pela própria plataforma.

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