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Diversão

Trilha é 'paraíso’ para acampar com a turma e dormir olhando a cachoeira

Pelo menos uma vez na vida, vale viajar com a turma e descobrir lugares como Rio Verde de MT e Rio Negro

Jéssica Fernandes | 10/08/2023 06:56
No 1º dia de viagem, grupo acompanhou pôr do sol em Rio Verde de MT. (Foto: Roberto Kelsson)
No 1º dia de viagem, grupo acompanhou pôr do sol em Rio Verde de MT. (Foto: Roberto Kelsson)

Desbravar Mato Grosso do Sul é encantador, surpreendente e revigorante. A quilômetros de Campo Grande, Rio Negro e Rio Verde de MT são dois destinos que todo mundo deveria conhecer pelo menos uma vez na vida. No último final de semana, 10 pessoas saíram da Capital para percorrer estradas que terminam em cachoeiras, trilhas íngremes e morros de beleza ímpar.

Como a maioria da turma é composta por fotógrafos profissionais, os registros de sábado e domingo fazem jus ao ditado ‘uma imagem vale mais que mil palavras’. No final da reportagem é possível conferir na galeria todas as fotos.

Como estava entre as participantes desse rolê batizado de ‘Bilumeet’, posso afirmar que ao cair na estrada não imaginava que o passeio renderia tantos momentos únicos, desde acompanhar a ‘astrofotografia’ a encarar um mergulho na cachoeira após as 20h.

Veja o vídeo:

O balneário* particular com área para camping, trilha e duas cachoeiras em Rio Verde de MT e a cachoeira do Rio do Peixe em Rio Negro foram os dois destinos que marcaram a viagem. O itinerário seguiu essa mesma ordem e o trajeto teve início nas primeiras horas de sábado com o grupo dividido entre aventureiros experientes e novatos deixando para trás os ares da Capital.

Mas, antes de falar sobre os dois destinos, é impossível não citar Corguinho e a parada obrigatória na Lanchonete Primavera para comer os famosos risoles. A história da família e do salgado frito já foi contada no Lado B. Sem dúvidas vale a pena ir à cidade e experimentar os risoles, que são bem recheados na massa frita, sequinha e nada gordurosa.

Depois da parada em Corguinho, a próxima só voltou a ocorrer no balneário*. Com os carros devidamente estacionados, a passarela de madeira rodeada de grandes árvores foi a 'porta' de entrada para o paraíso particular que fica a poucos passos dali. O barulho da primeira cachoeira foi o primeiro som a nos recepcionar, mas antes de mergulhar foi preciso montar as barracas.

Cachoeira é uma das belezas do balneário localizado em Rio Verde de MT. (Foto: Alexandre Pimenta Reis)
Cachoeira é uma das belezas do balneário localizado em Rio Verde de MT. (Foto: Alexandre Pimenta Reis)

Diferente de alguns campings 'raiz' onde é preciso contar com o mínimo de estrutura e muito improviso, o desse final de semana não trouxe perrengues nessa parte. O balneário dispõe de área com cozinha onde o público precisa levar os próprios utensílios e a comida que será preparada. Como a área central do município fica longe, é bom ir preparado e não esquecer de nada. O local também conta com fogão, geladeira, freezer, além de dois banheiros com chuveiros.

A vista principal para o espaço reservado ao acampamento é a exuberante cachoeira. Dormir ouvindo o som da água representa verdadeiro sossego, que se iguala a sensação de acordar, abrir a barraca e ser recepcionada por ela antes de colocar os pés no chão.

Para chegar à segunda cachoeira é preciso fazer um percurso de menos de 1 km. A distância não é problema, mas o desafio é a trilha íngreme que promove um verdadeiro sobe e desce entre pequenos barrancos e pedras. Ainda assim, vale a pena, pois a cachoeira é sensacional.

Cavalos pastam em área verde dentro de fazenda em Rio Verde de MT (Foto: Alexandre Pimenta Reis)
Cavalos pastam em área verde dentro de fazenda em Rio Verde de MT (Foto: Alexandre Pimenta Reis)

Sintonia para aventura - A publicitária Bruna Tosta, de 25 anos, é uma das ‘novas’ aventureiras do grupo ‘Bilumeet’. Com experiência de acampamento resumida em reunir alguns amigos e montar barracas no quintal da fazenda onde mora, ela queria um passeio onde pudesse explorar novos lugares, fotografar e fazer um camping de verdade ‘no meio do mato’.

A vontade de explorar a natureza falou mais alto quando Bruna viu através das redes sociais alguns dos acampamentos que o fotógrafo Roberto Kelsson fazia com os amigos. Ao lado do namorado Márcio, a publicitária conta que se propôs a participar de uma dessas aventuras.

Balneário é rodeado por paisagem natural composta por grandes àrvores. (Foto: Bruna Tosta)
Balneário é rodeado por paisagem natural composta por grandes àrvores. (Foto: Bruna Tosta)

“Decidimos enviar uma DM para ele perguntando se podíamos marcar um camping juntos, já que as experiências partilhadas por ele se encaixavam no que eu gostaria de vivenciar: natureza, fotografia, trilhas, cachoeiras, camping e pessoas com o mesmo espírito de aventura”, comenta.

O plano se tornou realidade e, segundo ela, o que contribuiu para a experiência foi conhecer pessoas novas que compartilhavam dos mesmos interesses. “A sintonia rolou naturalmente com todos os integrantes, tínhamos assuntos em comum, estilo musical semelhante, o desejo de explorar e fotografar a aventura. Esses foram alguns dos pontos que fortaleceram a conexão do grupo e nos fizeram ter certeza que a experiência seria incrível”, afirma.

Com o repelente na bolsa, Bruna foi preparada para o eventual encontro com os insetos. Na categoria ‘perrengues’, ela cita que os ‘borrachudos’ foram os principais. “No primeiro dia, fui picada na mão, ela ficou bem inchada o que dificultou alguns movimentos, mas isso não me faz perder o pique de continuar a aventura”, fala.

No 2º dia, o 'bom dia' foi com vista privilegiada para a cachoeira do balneário. (Foto: Bruna Tosta)
No 2º dia, o 'bom dia' foi com vista privilegiada para a cachoeira do balneário. (Foto: Bruna Tosta)

Na experiência dela, as companhias fizeram a diferença para que o passeio saísse melhor que o planejado. "Os destinos por si só já eram lindos, mas estar com pessoas incríveis ao nosso lado fez com que toda a experiência fosse muito mais legal. O desejo de explorar, de estar disposto a entrar no rio, fazer as trilhas, montar acampamento, ajudar uns aos outros, ficar off do mundo por um tempo, se entregar e viver juntos em sintonia fez toda a diferença, tanto que já saímos com data marcada para a próxima aventura do grupo", destaca.

No primeiro dia de acampamento, além da trilha para chegar à segunda cachoeira, o grupo fez mais uma horas antes do pôr do sol. O objetivo era chegar ao topo de um dos pilares naturais que garantem vista panorâmica para toda a fazenda. O trajeto foi um pouco mais difícil por ser mais extenso e porque no caminho não foram colocadas cordas e outros itens para ajudar na escalada.

Depois de o sol se despedir, o próximo 'compromisso' de sábado foi apreciar o céu noturno. Sem luz elétrica para interferir, as estrelas foram as verdadeiras protagonistas que fizeram a alegria dos fotógrafos que registraram em diferentes ângulos constelações e nebulosas.

No alto de um dos pilares naturais turma acompanhou e fotografou pôr do sol. (Foto: Paulo Alencar)
No alto de um dos pilares naturais turma acompanhou e fotografou pôr do sol. (Foto: Paulo Alencar)
Céu noturno e estrelas foram registradas na noite de sábado. (Foto: Alexandre Pimenta Reis)
Céu noturno e estrelas foram registradas na noite de sábado. (Foto: Alexandre Pimenta Reis)
Primeiro dia da viagem rendeu registro de céu estrelado. (Foto: Maycon Zanata)
Primeiro dia da viagem rendeu registro de céu estrelado. (Foto: Maycon Zanata)

O fotógrafo e videomaker em Dourados, Alexandre Pimenta Reis, de 23 anos, fala sobre essa parte da viagem que é tradição do grupo. "Esse momento da astrofotografia todo camping a gente tem. Olhar pro céu noturno é algo surreal e poder fotografar as estrelas dá uma sensação de imensidão. Eu me sinto conectado com algo superior. Poder olhar as estrelas com o barulhinho da mata não tem preço. É algo que na cidade é impossível por conta da poluição luminosa", explica.

Alexandre é um dos primeiros participantes do grupo mais de uma vez por ano se encontra para viajar e acampar. Apesar de não ter sido a primeira vez dele em Rio Verde de MT, o final de semana rendeu boas recordações. "É um final de semana que revitaliza a mente, traz uma paz de espírito. Fotografar a natureza é algo que eu amo fazer e foi onde eu comecei a fotografar, poder voltar às origens e fotografar sem compromisso é uma maravilha além de ter as companhias que é fundamental", afirma.

No domingo, a turma deixou o balneário para seguir em direção a Rio Negro. Desta vez, nada de acampar, o intuito era conhecer o famoso destino e depois voltar para Campo Grande. Para quem nunca percorreu o caminho, a impressão é que não existe nenhuma cachoeira no final do trajeto. Essa sensação é provocada pela vista da estrada composta majoritariamente pelos imponentes morros e paredões de pedras.

Veja o vídeo:

Diferente do balneário, o acesso à Cachoeira Rio do Peixe é gratuito. Com 70 metros de altura, ela termina na 'prainha', onde é possível curtir um bom banho na água gelada. Contudo, a chegada até esse local requer a passagem pelo verdadeiro caminho das pedras. A trilha em Rio Negro requer mais fôlego, cuidado e atenção comparada ao balneário, seja na ida ou na volta, que é uma verdadeira escalada. A dica é fazer o percurso sem estar com objetos na mão ou carregando muito peso.

No time de exploradores experientes está o fotógrafo Roberto Kelsson, de 34 anos. Para ele, a natureza é a principal razão que o faz sair de casa e encarar dormir em qualquer lugar do Estado. Roberto também já acampou no balneário em Rio Verde de MT e na cachoeira do Rio do Peixe, mas defende que toda vez estar nesses lugares proporciona algo novo.

"As experiências são sempre únicas. Mesmo que você vá 10 vezes seguidas no mesmo lugar sempre serão diferentes uma das outras. A natureza tem a capacidade de se transformar então sempre tem algo novo, mesmo sendo no mesmo local. Ela que nos move, ela é o motivo de passarmos perrengues, acordar cedo", fala.

Cachoeira Rio do Peixe em Rio Negro foi o segundo e destino final da viagem. (Foto: Bruna Tosta)
Cachoeira Rio do Peixe em Rio Negro foi o segundo e destino final da viagem. (Foto: Bruna Tosta)

"Entre os dois destinos, o fotógrafo comenta que aproveitou mais o balneário. "Eu particularmente gosto de água. Então em Rio Verde, onde fui a duas cachoeiras, foi onde mais me encontrei. Em Rio Negro, foi apenas contemplação por estar cansado. Mas, por ser uma das maiores cachoeiras do estado, com certeza a galera que desceu aproveitou", diz.

Para quem nunca viajou com a proposta de conhecer as belezas naturais do Estado, Roberto traz dicas, como planejar rotas, gastos com condução, alimentação, estadia e evitar mudanças de última hora no percurso.

Além disso, o segredo é aproveitar o que a natureza oferecer, mas com cuidado. "Pra explorar basta ânimo e principalmente planejamento. Esses rolês por mais contemplativos que sejam requerem planejamento. Pegar o carro, alguns amigos e sair sem eira nem beira é legal, porém você fica à mercê dos imprevistos. Planejar onde vai, como vai, o que vai gastar já inibe alguns desses imprevistos. Saber que a natureza é maravilhosa, mas também perigosa e por isso a respeitá-la faz parte do processo", conclui.

*O nome do balneário em Rio Verde de MT não foi mencionado a pedido do proprietário.

Aventura do grupo 'Bilumeet' terminou no domingo em Rio Negro. (Foto: Roberto Kelsson)
Aventura do grupo 'Bilumeet' terminou no domingo em Rio Negro. (Foto: Roberto Kelsson)

Confira a galeria de imagens:

  • (Foto: Roberto Kelsson)
  • (Foto: Maycon Zanata)
  • (Foto: Maycon Zanata)
  • (Foto: Paulo Alencar)
  • (Foto: Roberto Kelsson)
  • (Foto: Paulo Alencar)
  • (Foto: Bruna Tosta)
  • (Foto: Maycon Zanata)
  • (Foto: Maycon Zanata)
  • (Foto: Maycon Zanata)

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