Far Cry 5 garante uma experiência imersiva e divertida. Confira nossa análise
Eu nunca havia jogado Far Cry antes.
Quando comecei a me aventurar pelas florestas, lagos e loucuras de Hope County, logo notei que estava jogando algo que acabaria me prendendo rapidamente. O início cheio de tensão seguido por momentos insanos de perseguição foram o suficiente para me fazer querer ir até o final de Far Cry 5. Felizmente a jornada valeu cada segundo.
O nosso protagonista é um avatar sem nome, apenas chamado de recruta ou agente pela maioria dos antagonistas, coadjuvantes e NPCs da aventura. Nos infiltramos em um condado para confrontar Joseph Seed, “O Pai”, o líder de uma seita chamada Portão do Éden que vem dominando toda a região com seus seguidores obcecados e muita, mas muita violência. É claro que a partir daí, passamos a ter como objetivo impedi-los, ao mesmo tempo que resgatamos e protegemos outras pessoas vítimas da insanidade.
Toda a jogatina é realizada no já famoso sistema de mundo aberto, ou seja, podemos fazer várias missões praticamente na ordem que quisermos. Há a possibilidade de corrermos para enfrentar cada arauto (os chefes e principais membros da “família” dos Seed), mas também ficarmos pescando e caçando para juntar dinheiro. Quem decide o andamento da narrativa é o próprio jogador, apenas em certos casos onde algo importante ocorre que o game força um embate para manter o interesse pela história vivo, mas logo em seguida volta a dar a prerrogativa ao dono do controle.
Nada disso é realmente novo, mas Far Cry 5 consegue criar um ritmo onde o jogador tem vontade de explorar seu mundo, de ler cada diálogo, de realizar cada side quest. Tudo isso é ajudado pelos gráficos lindos que dão o tom do mundo, da trilha sonora cheia de música country que nos dá a imersão certa, das várias opções de estilo de jogo, e principalmente da fantástica dublagem brasileira digna dos melhores filmes de Hollywood. Este aspecto, em especial, deve ser muito aplaudido, pois é assim que tem que ser: dublador fazendo dublagem, e não alguém apenas famoso.
Por outro lado, a fórmula de sandbox também dá seus sinais de desgaste. Algumas missões acabam sendo extremamente parecidas como matar um puma poderoso por causa de drogas e depois ter que matar um urso poderoso por causa de drogas. Além disso, cansei de me deparar com um NPC em um local, andar um quilômetro e encontrar um outro personagem com a exata mesma aparência do anterior. Isso ocorre muito, também, com os inimigos. A frase: “Ué, mas já matei esse cara antes” é frequente na cabeça de qualquer jogador mais exigente.
A falta de profundidade no tema já complicado de extremismo religioso é algo que me incomodou, pois sinto que foi uma oportunidade desperdiçada. Porém compreendo completamente seus motivos, já que não é todo mundo que possui o discernimento de diferenciar um produto de entretenimento de algo político. Eu mesmo, talvez, não conseguiria fazê-lo de forma coerente. De qualquer forma, ainda acho que teria sido mais interessante para seu derradeiro final.
Há um modo chamado Far Cry Arcade que oferece partidas multiplayer de mata-mata e cooperativo. Nada muito novo aqui, mas uma adição interessante para manter os jogadores investidos no título após sua campanha. Com certeza, o ponto forte aqui é a criação de mapas, algo que já há toda uma comunidade oferecendo dezenas de novidades inspiradas nos mais variados temas como Call of Duty e 007 Goldeneye. É incrível como fãs conseguem trabalhar juntos e fazer algo se tornar muito maior do que é.
Far Cry 5 oferece exatamente o que se propõe: gameplay imersivo, personagens interessantes, ação desenfreada, desafio empolgante, além de muitas opções após sua campanha. Ele não é um game perfeito, mas funciona em praticamente todos os quesitos, algo que nem sempre é padrão em títulos do mesmo gênero.
Eu nunca havia jogado um Far Cry antes, mas a partir de agora quero conhecer cada um de seus jogos.
Nota final: 9
Código para o review cedido pela distribuidora.
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