Monster Hunter Rise é a escolha perfeita para fãs e novatos
Já perdi a conta das vezes que tentei jogar e curtir algum game da famosa série de caçar monstros da Capcom. Tentei no Wii com Monster Hunter Tri, tentei no Nintendo 3DS com Generations, e até me aventurei em World no Xbox One, mas nenhum deles conseguiu me prender. Eram poucas horas investidas para em seguida desistir e ir para o próximo jogo da lista.
Em Monster Hunter Rise já passei de 30 horas e ainda quero muito mais.
- Que comecem as caçadas!
O primeiro título da franquia desenvolvido totalmente para o Nintendo Switch traz muitos elementos conhecidos pelos velhacos na caça aos monstros, mas também se esforça para entreter e ensinar novatos, além de oferecer novidades em sua jogabilidade que muitas pessoas acostumadas com as armas, armadilhas, e adversários, possam sentir aquele gostinho de empolgação.
Em um contexto geral, criamos o nosso monster hunter dentre uma seleção competente, mas nada gigantesca de características que variam desde tipo de cabelo ao tipo corpóreo. Depois é hora de cuidar de seus companheiros, algo como um gato e um cachorro (este último dando a oportunidade de cavalgá-lo). É possível definir sua forma física, cor de pêlo, e até mesmo poses e gestos. Após toda essa customização, seguimos para a nossa vila onde vamos aprender a caçar e a prender os mais distintos monstros.
Depois de um pouco mais do tutorial, é que a caçada realmente começa. À disposição do jogador há 14 armas bem diferentes entre si, algumas mais fáceis de manusear enquanto que outras exigem mais treinamento. Depois de experimentar todas, passei a usar como favoritas as Dual Blades, espadas duplas que me fornecem agilidade e dano na medida certa. Porém, acredito que todo caçador deveria se familiarizar com ao menos dois tipos de armas para variar dependendo da próxima presa.
Ao todo, o game Monster Hunter Rise se divide em duas “campanhas”, uma para single player e outra para a jogatina online. Para quem quer se divertir em modo solo, as “Village Quests” servem para direcionar a narrativa que é bem bacaninha, introduzindo personagens e reviravoltas. Essas missões são bem tranquilas, e funcionam bem para quem quer aprender a dominar a caçada. Já as quests no “Gathering Hub” servem melhor como jogatina com dois ou mais jogadores, há a possibilidade de encará-las offline, mas a dificuldade é muito maior do que as do single player, tenha isso em mente.
Durante as caçadas, o jogador pode recolher diversos itens que ajudam na jogatina como poções ou rations que recuperam a estamina. A exploração sempre passa a ser um fator importante, mas é assim que se depara com o alvo é que a peleja realmente começa. Algumas podem ser cansativas, mas após algumas batalhas, o jogador passa a estar totalmente acostumado com o ritmo, e pronto para encarar os mais extremos desafios. Pensando nisso, é de enorme valia sempre procurar outros jogadores para a brincadeira, pois não apenas fica menos difícil de derrubar aquele monstro grandalhão, mas também traz uma sensação de unidade que poucos títulos conseguem, sendo assim, a experiência online é especialmente relevante em Monster Hunter Rise.
Outra novidade são as “rampage quests”, missões onde o jogador precisa defender um território contra uma invasão de monstros dos mais variados. Além de correr pra lá e pra cá enfrentando os inimigos, há a necessidade de montar armas para garantir a defesa. É claro que isso remete-se muito a um jogo do gênero tower defense, o que pode agradar algumas pessoas e desagradar outras. Senti que é divertido nas primeiras vezes, mas depois fica tudo muito parecido e pouco atraente. Felizmente, as missões obrigatórias desse tipo não são muitas.
Por último, e funcionando como a principal mecânica adotada neste novo game, temos a habilidade do wirebug. Nela, o jogador pode usar um tipo de fio brilhante que o impulsiona e o puxa para alcançar locais mais complicados, dominar essa habilidade pode ser a diferença entre a vitória e a derrota contra monstros como o Magnamalo, por exemplo.
- Que bela vida de caçador
Como dito anteriormente, nunca fui fã de Monster Hunter, eu simplesmente não sentia que me divertia jogando os jogos que tentei em minha vida. Na verdade, nunca foi a minha intenção trabalhar nessa análise, mas a vida dá dessas e logo comecei a minha jornada. Felizmente - e aqui vale aquelas palmas para a Capcom - os desenvolvedores conseguiram criar um equilíbrio para animar o novato e ainda criar hype para o velhaco.
Depois das primeiras duas horas, eu realmente senti que entendia o que estava rolando, quais eram meus objetivos e o que fazer para alcançá-los. Junte a isso uma boa conexão online que trouxe horas e horas de diversão ao lado de desconhecidos enfrentando criaturas que jamais havia pensado em derrotar, e finalmente, depois de mais de dez anos, eu me apaixonei pela série Monster Hunter, tudo graças ao Rise.
Jogar no Nintendo Switch ainda trouxe uma sensação gostosa de curtir em meu console favorito da atualidade, um título que sempre tive resistência. Agora só penso em juntar mais peças para criar aquela armadura que estou interessado, aprender a usar o arco e flecha para tê-lo como arma secundária, e ainda aumentar diariamente o meu ranking de caçador.
Falando no console híbrido da Big N, Monster Hunter Rise consegue provar que um jogo bem desenvolvido consegue trazer pontos incríveis. Os gráficos são lindos, desde o design dos monstros, passando pelas vestimentas e cenários, até chegar ao modelo de cada personagem. A taxa de quadros é sempre constante, rolando pouquíssimos momentos de queda de performance. A trilha sonora é impecável, linda e apaixonante. A jogabilidade não é perfeita, pois os atalhos escolhidos para alguns movimentos não são dos melhores, mas dá para se acostumar. No geral, o título é extremamente bem trabalhado, provando que o Nintendo Switch tem muito a oferecer.
Monster Hunter Rise é um game que simplesmente vale cada centavo gasto, diverte todo tipo de jogador, e ainda consegue trazer novos elementos à franquia. A verdade é que agora sou mais um dos milhares fãs dessa aventura.
*Análise feita com código cedido pela distribuidora.
Conheça o Video Game Data Base, o museu virtual brasileiro dos videogames.