Transformers: Battlegrounds tem estratégias e personagens icônicos

Ah Transformers, se há uma franquia que pode competir frente a frente com Sonic pela categoria de “franquia com mais altos e baixos” esta, de fato, poderia sair vencedora. Desde 1984 a série já passou por games, desenhos e até mesmo filmes, por mais que não gostamos de falar sobre a maioria deles.

Muitos fãs esperam sempre pela próxima reencarnação dos personagens icônicos que talvez possa trazer um bom material ou até mesmo um novo game, e com a chegada da incrível série Transformers: War For Cybertron, vários fãs respiraram aliviados, pois algo realmente incrível estava feito.

Assim chegou Transformers: Battlegrounds, um game baseado no desenho Transformers Cyberverse que goza de pouca popularidade por aqui. Um pouco decepcionante, devo dizer, mas será que o jogo em si pode ser uma surpresa? Afinal a própria história nos ensina que pode haver jogos baseados em desenhos e filmes que podem ser jóias raras como Scott Pilgrim e X Men Origins Wolverine.

O game em si tem uma apresentação básica, menus simples e sem muito a explorar, e a história é a mais básica de qualquer desenho clássico de sábado de manhã. Decepticons  estão atacando uma pequena cidade e você é resgatado por Bumblebee e Teletran X, a partir daí você ajuda os Autobots em uma corrida para ver quem chega primeiro ao Allspark. A jogabilidade não é complexa, manuseie bem seus pontos de ação e poderá se posicionar e atacar seus inimigos. Tudo se resume a um grid, um tipo de tabuleiro onde a briga ocorre.

Isso cria um belo jogo de risco x recompensa, pois se você jogar muito na ofensiva poderá ficar em campo aberto a disposição de fogo inimigo, e se jogar muito na defensiva poderá perder oportunidades para atacar ou alcançar objetivos, o que nos leva ao primeiro problema.

A jogabilidade é muito repetitiva, toda missão se torna “derrote um certo número de inimigos’’ ou   “vá até certa área do mapa” com algumas variações aqui e ali. Cada transformer tem sua vantagem, tanques andam menos, mas causam mais dano, healers não aguentam dano, mas podem recarregar bastante os aliados, e alguns podem se posicionar em cantos estratégicos mais facilmente e causar dano aos adversários, o que deixa você com total liberdade de escolher como vai atacar em sua rodada. Isso nos leva ao segundo problema que é a inteligência artificial. Há vários momentos no jogo que ela não sabe o que fazer, às vezes lhe cerca e ataca sem dó ou apenas dá chances de você escapar mesmo sabendo que eles poderiam te matar facilmente naquele momento.

Os gráficos não ajudam quanto a apresentação do jogo, simples ao ponto de parecer um título de PlayStation 2, mesmo sendo lançado para as plataformas mais atuais, o que também não responde a queda de frames durante partidas. Infelizmente quando se aperta o botão “O” para acelerar uma ação dos Decepticons você pode reparar várias “engasgadas” ou perda de foco na câmera durante o processo, o que faz o som do jogo também diminuir drasticamente por algum motivo.

Por mais que o modo campanha seja assim, isso se aplica ao multiplayer?

No Multiplayer local há apenas 5 modos de jogo: Capture a Bandeira, Partida Decepticon, Captura de Energon, Último Confronto e Destruição.

Todas giram em torno das mesmas mecânicas, apenas com um toque ou outro diferente, e ao todo tendo apenas 12 personagens, o fator replay fica meio escasso, já que apenas há autobots e decepticons mais famosos de cada lado.

Os Autobots são: Arcee, Wheeljack, Grimlock, Optimus, Bublebee, Windblade

Os Decepticons: Shadow Striker, Shockwave, Soundwave Megatron, Slipstream

Junto a isso tudo não há skins alternativas ou muito a se comprar na Oficina do Wheeljack, que mesmo que tente deixar a estratégia um pouco mais interessante, não foi necessário, e consegui avançar mais de 60% da campanha sem precisar comprar ataques diferentes.

O que nos leva a ultima reclamação: o game em muitos momentos é fácil demais, alguns chefes como Shockwave e Soundwave podem ter gerado alguns problemas aqui e ali, mas de geral boa parte da campanha pode passar tranquilamente.

O mais curioso é que no fim do dia Transformers: Battlegrounds é bem divertido!

Simples, porém sabe lidar bem com o básico de um Turn-based Strategy, o que deixa algumas partidas interessantes de se jogar, além disso até conseguiu arrancar umas risadas enquanto jogava com um amigo no multiplayer local.

Se você é fã de Transformers e quer algo para passar o tempo, recomendo dar uma olhada sem compromisso. Ele pode ser, também, um ótimo ponto de partida no gênero que é famoso por ser punitivo.

Transformers: Battlegrounds atualmente está disponível para Steam, Nintendo Switch, PlayStation 4, Xbox One, Xbox Series X.

*Análise feita com código cedido pela distribuidora

Conheça o Video Game Data Base, o museu virtual brasileiro dos videogames.