Ultra Street Fighter 2 reviveu o clássico no Nintendo Switch
Há certos games que são lendários, se tornam mitos dentro de uma indústria que é constantemente atualizada com novos produtos e novas franquias. A Nintendo está cheia de títulos e personagens inesquecíveis, eternos aos olhos dos apaixonados fãs, mas além deles há aqueles que se sobressaem de outras empresas, mesmo que tendo uma raiz forte na Big N. Com muitos hadoukens, “giletes”, “torpedos”, e “choquinhos” do Blanka, Ultra Street Fighter 2: The Final Challengers foi lançado para o Switch com pinta de campeão.
Velhos conhecidos - Street Fighter 2 chegou às lojas em 1992 tanto para o Super Famicom quanto para seu irmão americano. O sucesso foi estrondoso, principalmente por ser um port quase que perfeito do original de arcades. Em sequência, foram lançados Street Fighter 2 Turbo: Hyper Fighting e Super Street Fighter 2 para o console, conseguindo ainda mais elevar o nível dos títulos, fazendo com que o SNES se tornasse de vez o principal sistema para a franquia na época.
Foi a partir deste game que a franquia deslanchou de vez, tendo inúmeras sequências, animes, filmes, desenhos no sábado de manhã, além de vários outros produtos como bolachas e álbuns de figurinhas. Não há como negar que a franquia da Capcom alcançou patamares incríveis e deixou um legado gigantesco. Porém, quando achávamos que SF 2 já podia descansar nas memórias dos fãs e jogadores, ganhamos de presente uma novíssima versão, com novos modos e dois novos lutadores de rua, tudo isso para aumentar a já empolgante biblioteca do Switch. Ultra Street Fighter 2 foi lançado para o Nintendo Switch em março de 2017.
Cada um dos 17 personagens já consagrados de Super Street Fighter 2 estão de volta com um novo rebalanceamento, mas o mesmo carisma de sempre. A arte desta versão de Switch mesclou os gráficos já conhecidos do arcade, além de uma nova arte feita pela Udon Entertainment que fez a mesma coisa em uma versão exclusiva digital para PS3 e Xbox 360 chamada Super Street Fighter 2 Turbo: HD Remix. Então se você já conhece Ryu, Ken, Blanka, Chun Li, Cammy, Bison etc, se sentirá em casa ao apertar o primeiro botão. Agora, se você é um novato na aventura, mesmo conhecendo alguns dos personagens, se divertirá da mesma forma, pois não há como não se apaixonar pela trilha sonora icônica de Yoko Shimomura, Isao Abe e Syun Nishigaki, além da excelente jogabilidade que se destaca até hoje.
Hadouken nas mãos - Mas não é apenas uma repaginada nos gráficos que USF2 trouxe de novidade no Switch. Desta vez há novos modos de jogo que querem agradar tanto o velhaco da Shadaloo quanto o novato no exército de Guile. Começando com a opção de jogar ou com os gráficos pixelados de antigamente ou com a nova cara em HD, desse jeito podemos mandar ver contra os amigos com distintos estilos. O mais bacaninha é que o Switch ofereceu uma gama interessante de opções de jogabilidade com seus três modos: handheld, table top e TV.
Uma outra adição é um novo modo de jogo que permite que dois amigos deixem de ser rivais e passem a ser aliados. Lutar de forma cooperativa contra um inimigo em comum fará as batalhas se tornarem muito mais divertidas e rítmicas. Imagine três personagens na tela, fazendo o clássico dois contra um, aumentando a gama de combos e até mesmo com um atacando de cada lado diferente. Por último, o modo que mais representa a ideia de novidade na franquia é o “Way of the Hado”, aqui usamos os Joy-Cons um em cada mão em batalhas em primeira pessoa. Com o sensor de movimento, realizamos hadoukens e shoryukens enquanto enfrentamos os capangas da Shadaloo e, de vez em quando, um outro oponente mais poderoso. Um novo estilo que empolga qualquer tipo de jogador.
Por último, para comemorar todo o legado, há uma galeria dentro do game com mais de 1400 ilustrações do artbook oficial chamado SF20: The Art of Street Fighter. Esta é, sem dúvidas, uma das grandes adições do pacote de USF2, pois contém artes de mestres como Akiman, Kinu Nishimura, CRMK, Edayan, Dai-Chan, Ikeno, Shinkiro entre outros. A versão física deste livro é bem cara, então acaba sendo um ponto positivo a mais tê-la totalmente digital no pequeno cartuchinho do Switch.
A Capcom poderia ter escolhido qualquer versão de seu grande game para reviver, mas a escolha de Street Fighter 2 não foi por acaso. Na época, Yoshinori Ono disse que eles precisavam voltar às raízes para compreender o futuro da franquia. Isso quer dizer que é importante preservar um legado tão imponente quanto este, e assim preparar terreno para novos projetos.
Parabéns para o hadouken - E lá se foram mais de 25 anos desde o lançamento de Street Fighter 2: The World Warrior nos arcades. Mais de 30 anos no total da franquia. É impossível negar o legado que Ryu e cia. ofereceram ao mundo. A partir dele, uma estrutura padrão foi criada nos games de luta, e por quê não dizer, na indústria em si. Quem poderia esquecer de cada trilha sonora, de cada “Round 1, Fight”, de cada tela de derrota com o perdedor todo machucado? Você consegue imaginar quantos games, em especial na década de 90 que seguiram esse caminho? Com certeza inúmeros, e fica aqui a dúvida sobre qual caminho a franquia vai trilhar a partir deste momento.
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