Quando um brechó perto de rodoviária vale a pena
Tem de fuçar bastante, remexer dezenas de peças espalhadas pelos cabides. Pegar uma roupa aqui, combinar com um jeans ali e se tiver paciência, você pode sair com Calvin Klein, Dudalina e Carmim na sacola, produtos de marcas que o dono jura: são originais.
O local é o mais improvável possível, brechó em frente à antiga rodoviária de Campo Grande. E olha, garimpar por ali pode ser surpreendente. Um vestido de festa, todo rendado, meio fora de moda à primeira vista, nas mãos da costureira pode virar um curtinho fashion.
O endereço de mais esse ponto em Campo Grande foi repassado ao Lado B pela universitária Thaila Torres, de 19 anos, doida por brechós e pelas pechinchas possíveis em lojas de usados.
Boa companheira, a estudante topou seguir com a gente até o “Veste Bem”, brechó rua Joaquim Nabuco, para provar que sempre consegue encontrar um look descolado da loja.
Uma camisa estampada, com calça jeans lavada, sandália marrom e pronto, o desafio está cumprido: três peças por R$ 30,00. “Eu e minhas amigas só nos vestimos assim, com roupa de brechó. Mas ainda tem gente com preconceito, que acha que aqui só se vende coisa de quem já morreu”, comenta Thaila.
Os proprietários, Gilberto Souza, 40 anos, e Noêmia Santos, de 37, garantem que as roupas são compradas em São Paulo e no Rio de Janeiro. Pela diversidade de peças, dizem já ter conquistado uma clientela boa, formada por advogados, policiais e até vereadores.
“Eles me ligam perguntando se chegou novidade da Brooksfield, Carmim, Zara”, explica Gilberto.
O próprio casal conta que raramente vai à loja convencional para comprar roupas novas, só visitam para saber das tendências.
Para quem ainda tem dúvidas, Gilberto faz a propaganda. “Quanto mais compra, menos paga. Se o cliente levar uma camisa ela sai por R$25,00 e a partir de cinco peças sai a R$15,00”.
O brechó "Veste bem" fica na rua Joaquim Nabuco, 108.