Anos 80 poderosos na passarela de Alexandre Herchcovitch
Quase uma multidão de mulheres magrelas e altas no corredor de um dos pavilhões marcava o fim do desfile da Animale rumo ao camarim de maquiadores e cabeleireiros de Alexandre Herchcovitch.
Dezesseis modelos saíram direto da sobriedade da marca que abriu o SPFW para o colorido de transbordar da coleção Herchcovith.
No backstage, o ar Boy George em cabelos encaracolados só contrastava com a maquiagem quase imperceptível. Mesmo assim, a preparação confirmava o que Alexandre já havia anunciado: uma volta poderosa aos anos 80.
O que pode parecer over para olhos não acostumados, para o estilista é liberdade. Ao som do Culture Club, a cor chiclete, as estampas táxi e o cor de rosa pink iluminaram a passarela, com Sabrinha Sato de oncinha na primeira fila.
Os maxi vestidos, de semelhança com as camisas, mas em doses exageradas, pontuaram o desfile da coleção feminina. Os grandes bolsos lembram Jerry Hall, outra inspiração disco do estilista.
Bermudas enormes, macacões e tailleurzinhos esconderam a cintura, com exceção de uma peça rosa, lindíssima, de marcar presença, talvez a única literalmente usável.
Tudo é maxi nesta coleção de Herchcovitch, para amar, copiar, adaptar ou odiar. Também tem carteiras com carinhas smile e grandes recortes de coração.
Os chapéus de feltro, foram feitos pelo inglês Stephen Jones, "o mesmo que confecciona os chapéus de Boy George”, contava animado Alexandre antes do desfile. Na sexta, ele volta com a coleção masculina do Verão 2013.
"Quero só ver o que ele vai trazer. Alexandre sempre tem um coelho na cartola, pode parecer incompreendido, mas é o cara que ousa, e isso é fundamental em uma semana que quer fazer arte", defende o estudante de design, Reny Souza.
Para a jornalista Rena Piza, da revista Elle, "a mensagem final é just have fun, algo que ultimamente tem faltado na moda". Mas que anos 80 cansa, isso cansa.