Encontro que terminou em festa elegeu a melhor entre 62 cervejas artesanais
Ideia de eventos assim é que a galera beba menos, mas beba melhor.
Fim de semana teve a segunda edição do Festival do Cervejeiro Artesanal, realizado pela Acerva (Associação dos Produtores de Cerveja Artesanal de Mato Grosso do Sul) com gente de Campo Grande, Dourados e Bonito, para uma troca de experiências sobre produção artesanal. Dois concursos elegeram as melhores cervejas produzidas aqui no Estado, mas o evento foi mesmo uma festinha de quem tem essa paixão em comum.
"A intenção é reunir e, principalmente, difundir a cultura cervejeira local. A ideia é que as pessoas bebam menos e bebam melhor, fomentando também a produção local", destacou o presidente da Associação, Thiago Wormsbecher.
Este ano, o corpo de jurados foi dividido em duplas formadas por especialistas de fora e sommeliers locais para analisar 62 diferentes tipos de cervejas artesanais inscritas. Na categoria principal do festival, a cerveja campeã foi produzida pelo engenheiro civil Christian Bigaton, de 51 anos, que leva em sua composição ingredientes clássicos, característicos da Alemanha.
"Foi uma surpresa, mas quando eu fiz a cerveja, colegas experimentaram e ela já tinha sido comentada como muito bem acertada, ou seja, já tinha uma boa apreciação. Por isso, eles incentivaram que eu colocasse no concurso", contou o dono da receita.
O resultado final, revela Christian, foi alcançado com base em muito estudo. No processo de produção, estão ingredientes que garantem a tradição alemã: apenas água, malte, fermento e levedura. "Não tem adição de frutas, açucares ou qualquer uma outra adição que outros estilos permitem", garante o campeão.
Neste fim de semana, no encerramento do festival - que desde sexta-feira contou com palestras, workshops e diversas atividades - teve ainda a apresentação de outros 16 tipos de cerveja e, inclusive, a eleição de um sabor por voto popular.
A campeã na modalidade foi a cerveja do estilo APA (American Pale Ale), com refrescância no estilo americano, adição de lúpulos alemães, australianos e um toque cítrico de laranja, a fruta tropical mais consumida do Brasil.
Quem participou do evento, garante que a qualidade das cervejas apresentadas surpreende. "São boas, o feedback tem sido positivo. Fica até difícil eleger a melhor, será bem disputado", afirma o advogado Thiago Pereira, de 28 anos. Para a engenheira agrônoma, Poliana Rezende, a opção escura conquistou seu paladar.
Até quem não tem muita experiência em cervejas artesanais identificou características importantes nos produtos. "A cremosidade é diferente e deixa a cerveja bem equilibrada", avalia a nutricionista Gisleika Cristina Rodrigues, de 45 anos.