Família abre tapiocaria com sabores diferentões, como a de panetone
Na Vila Alba, a tapiocaria Mandacaru tem massa própria e sabores diferentões, além de um ambiente bem charmoso com o tema do nordeste em pauta
O espaço é pequeno mas a decoração dá um jeito de tornar acolhedor o cantinho da Tapiocaria Mandacaru, aberto desde setembro na Vila Alba. Com desenhos nas paredes, frases bem nordestinas espalhadas pelo lugar, artigos vindos direto da fonte, varais de cordéis, chita no teto imitando rede e lustres feitos de balaios, a ideia é ser tipicamente nordestino.
E o sangue que corre nas veias dos sócios vem mesmo lá do Nordeste brasileiro. A sogra, dona Aparecida Setsuko Uenira, e o genro Denis da Silva Alvarenga, já tinham ideia da sociedade quando a filha e esposa Daiane decidiu fazer parte da concepção de todo o projeto.
Incomum, essa união de genro e sogra têm dado certo até mesmo na cozinha, onde os dois dividem os dotes culinários para criarem uns sabores bem diferentões, como é o caso da tapioca de panetone, que entrou no cardápio para celebrar o Natal.
Outra combinação que a princípio soa mal, mas ao experimentar parece que os ingredientes foram feitos um para o outro é a tapioca Mandacaru, com carne seca, paçoca rolha e manteiga de garrafa. O toque agridoce dado pela paçoca parece realçar ainda mais o sabor da carne. “A Paçoca Rolinha é a menos doce do mercado, então dá uma equilibrada boa com a carne seca que não é tão salgada também”, pontuam os sócios.
A carne seca é feita inteiramente na tapiocaria num processo passado de pai pra filho, de Valter para Denis. “Ele o ensinou a secar a carne porque no início nós usávamos a carne seca feita pelo meu sogro mesmo. Mas como aqui tem esse compromisso de ter o ingrediente sempre, especialmente este já que é o preferido dos clientes, o Denis teve de aprender. E a gente fazer aqui dá um sabor diferente à carne seca, ela não fica tão salgada e tem uma textura mais macia”.
O cardápio de sabores diferentões se estende passando pela tapioca de carne seca com pequi, com gorgonzola, até as doces de melado de cana, a de goiabada com queijo que aqui ganhou o nome de Lampião e Maria Bonita. Também tem tapioca de limão, de floresta negra e de chocolate com marshmallow. Os valores vão de R$ 9,90 a R$ 22,90.
Há, inclusive, tapioca com massa fitness de chia e gergelim, uma criação da Daiane.
A escolha do nome veio da representatividade que o Mandacaru tem para o nordestino. “É um cacto que simboliza a resistência ao nascer e se manter de pé, a força da planta que quando floresce quer dizer que a chuva está por vir”, justifica Denis.
A concepção do espaço contou com ajuda dos amigos e dos familiares. Os desenhos na parte interna do restaurante foram pintados pela irmã de Denis e cunhada de Daiane, a artista plástica Raquel Alvarenga. “É o que traz mais vida ao espaço. Com certeza, se não fossem os desenhos, esse lugar não estaria tão cheio de vida”.
“Tudo foi pensado junto. A Raquel nos ajudou muito. Nossos amigos que iam para o nordeste não traziam os souvenirs e muito do que tínhamos em casa mesmo veio pra cá, como é o caso da gaiola do Denis, que ganhou um quê a mais com a pintura dos pássaros voando ao redor”.
Um chapéu na parede resgata a ancestralidade nordestina de Denis, já que era de posse do avô nascido em Alagoas.
Cheia de vida, a tapiocaria é um cantinho colorido e cheio de detalhes, no ambiente e na comida! Está localizada na Avenida Júlio de Castilho, 2091.