Gastronomia é mais uma novidade da "invasão" coreana em Campo Grande
Os coreanos chegaram de vez à cidade. É lojinha de acessórios, lanchonetes e até barraca na feira com direito a gastronomia tradicional da Coreia. Há três anos, Yong Chan Lee vende o que aprendeu na terra natal. É comida de nome estranho aos ouvidos, mas com tempero bem parecido ao das receitas orientais mais condimentadas.
Na barraca “Fugi”, o cardápio tem o gosto agridoce e levemente apimentado. Mas não há excentricidades do tipo carne de cachorro. Na restaurante de Lee, o frango empanado é que ganha tempero.
O “Jajangmyeon” é um macarrão com frango ou carne suína ao molho, acompanhado de legumes. O segredo do prato é o molho de feijão preto. A pasta não é vendida em Campo Grande, então, Lee encomenda vários potes pela internet, direto do Bom Retiro, em São Paulo. Para quem quiser comprar, 500 gramas custam em média R$ 14,00.
Outro toque é o sabor levemente apimentado. A responsável é a massa de pimenta, usada na maioria dos pratos coreanos. É feita a partir de pimenta vermelha em pó, malte, farinha de trigo, molho Misso Fermentado (Meju) e arroz do tipo moti. Algumas lojas especializadas em comida oriental na cidade vendem o produto por R$ 20,00.
O sobá, que já virou tradição campo-grandense, também aparece no cardápio, mas um pouco diferente. Foi batizado de “sobá romântico” e tem alface. “É uma diferença apenas no visual. O prato é servido como um buquê, com alfaces em volta, por isso o nome”.
Há mais de 14 anos fora da Coreia do Sul, Lee deixou o País por conta de religião. Ele é seguidor da seita criada pelo Reverendo Moon, a “Igreja da Unificação”. Três anos já renderam ao homem de 45 anos o português fluente.
E tem prato com a cara do Brasil. O aperitivo coreano “Tang Su Yuk” tem frango temperado com alho batido. É empanado com ovos e farinha de trigo. Depois de frito, recebe o molho feito com açúcar, vinagre, catchup, maisena e uma pitada de sal. Para fechar o prato, são acrescentadas cenoura, cebola e repolho. O petisco é servido com o yakimeshi, arroz com legumes bem conhecido por aqui.
Uma porção da receita para até 3 pessoas leva 400 gramas de frango ou filé suíno, cortados em cubos. Também usa 1 colher de sopa de cebola picadinha, 1 cenoura cortada em tiras, ½ pepino cortado em tiras, 1 pimentão cortado em rodelas, 1 colher de vinagre, ½ colher de massa de pimenta, ½ colher de açúcar e 1 pitada de sal. Para fazer, tempere a carne com alho, sal e pimenta e empane com gemas batidas e trigo e frite.
Para o molho, coloque em uma panela o vinagre, o molho de soja, água e açúcar. Deixe ferver e adicione o pimentão, cebola e cenoura cortada. Cozinhe por 7 minutos e engrosse com o amido de milho, dissolvido em água fria. Cubra a carne com o molho e sirva.
Na barraca, o prato é vendido por R$ 17,00, a porção mini. A pequena custa R$ 22,00, a média R$28,00 e a grande R$ 35,00, para até 4 pessoas.
Agora veja a receita do Jajangmyeon.
Ingredientes:
1 pacote de macarrão para yakisoba
½ quilo de filé de porco, cortado em cubos
1 xícara de batata, descascada e cortada em cubos
1 xícara de abobrinha, descascada e cortada em cubos
1 ½ xícaras de pedaços de cebola
3 colheres de sopa de óleo vegetal
¼ xícara de pasta de feijão preto
2 colheres de sopa de pó de amido de batata, combinadas com ¼ de xícara de água e 1 colher de chá de açúcar
1 colher de chá de óleo de gergelim
½ xícara de pepino, cortado em palitos finos
Água
Preparo:
Frite a carne de porco, e reserve. Em outra panela com óleo, adicione a batata, a cebola e a abobrinha e continue mexendo por cerca de 3 minutos, até que a batata pareça em tom um pouco translúcido.
Adicione 2 colheres de sopa de óleo vegetal, ¼ de xícara de pasta de feijão preto e mexa com uma colher de pau durante 1 minuto para fritar tudo.
Acrescente mais 2 xícaras de água e deixe cozinhar com a tampa fechada por cerca de 10 minutos. Continue mexendo até que esteja bem misturado e grosso, depois é só servir.