Muita gente anda perdendo o que há de bom no ‘fundão’ da Bom Pastor
Consumidor parece não saber que Corredor Gastronômica vai além da Praça do Peixe
Ir até à avenida Bom Pastor para comer já é um hábito de quem mora em Campo Grande, a via se tornou o principal Corredor Gastronômico da cidade. No primeiro quilômetro, há inúmeros restaurantes que servem pizza, comida japonesa, lanches e até fazem rodízio de tudo junto. Mas as pessoas, geralmente, se contentam com o que está antes da Praça do Peixe. Vai só até a metade da avenida, em locais sempre entupidos de gente.
Poucos conhecem os estabelecimentos que ficam depois, endereços que ainda lutam pelo prestígio dos que se instalaram no trecho de maior visibilidade.
No "fundão" da avenida tem pizzaria, restaurante de cozinha oriental, outro especializado em carne e casa de lanches. Todos têm algo em comum, quase sempre estão sem muito clientes, cheios de mesas vazias, diferente dos estabelecimentos da primeira metade da via.
Os proprietários que investiram quiseram aproveitar o fluxo de pessoas da rua, esperando casa cheia. No entanto, foram para segunda metade do corredor, onde o movimento é bem fraco.
“Temos capacidade para atender 100 pessoas aqui, mas desde que administramos o lugar nunca lotamos, no máximo ficamos cheio lá dentro, bem diferente do que acontece no início da avenida”, afirma um dos proprietários da Pizzaria Rabonni, Anderson Souza da Cruz, de 23 anos.
Ele administra o estabelecimento ao lado do tio Wilson Cruz. Os dois tomam conta do lugar, que antes era do irmão de Wilson, há cerca de um mês. Os dois garantem que a pizza é muito boa e só ganham elogios dos clientes que param ali. “Caprichamos bastante em tudo o que fazemos, ninguém nunca reclamou”, ressalta Anderson.
O lugar tem um forno com capacidade de fazer até 100 pizzas por hora, ou seja, podem atender todo mundo mesmo lotado, o que nunca aconteceu. “As pessoas veem os estabelecimentos no início da rua cheio e param, não querem conhecer o que tem depois da praça do Peixe, aí acabamos sem muitos clientes”, pontua.
Já Junior Rosa, sócio-proprietário do restaurante especializado em carne, Las 4 Vacas, acredita que ter movimento por ali é questão tempo. "Estamos há cinco meses aqui, antes tínhamos um espaço na Euclides da Cunha, na Bom Pastor temos mais espaço. Acho que em uns três anos haverá estabelecimentos gastronômicos até o fim da via e o movimento será geral. Temos opções aqui já, logo as pessoas começarão a frequentar aqui", reflete.
A dona do Tako Cozinha Oriental, Paula Mayumi não é tão otimista, mas pretende persistir ali. "Estamos aqui há um ano, fomos os primeiros a quebrar a barreira da praça do Peixe. Quando viemos acreditamos que ia crescer rápido, nos apresentaram projetos para isso, mas tudo ainda está no papel. Dificilmente temos clientes novos aqui, mas ainda creio que isso irá mudar", conclui.