No Centro, bicicleta com cantinho do "din din" surgiu como um sonho de Liliam

"Din din" foi a expressão com a qual Liliam Cristina, de 42 anos, acordou na cabeça, em uma madrugada do mês de janeiro deste ano. Encucada com a palavra que nunca tinha ouvido falar, ao acordar, conversou com o marido, anotou o que havia sonhado, e foi pesquisar na intenet já na manhã seguinte sobre o que se tratava.

Din din, no Nordeste, quer dizer geladinho, ou gelinho, como alguns costumam chamar por aqui. "Eu já estava querendo fazer algo para complementar a renda da família, mas como venho no sonho lúcido isso pra mim, eu tomei como um sinal e comentei com o Emerson, meu marido, que queria abrir algum comércio para vender os din din", explica.

De início, o marido não botou fé na ideia, mas quando ela passou a pensar nos detalhes que teriam a marca, como o fato de ela estar montada em um food bike, que as cores vermelho e amarelo criariam a identidade visual deles, e que, além disso, eles trabalhariam com geladinhos gourmet, a família se animou em ajudar a mãezona. O nome então criou forma: Din Din dos Sonhos, Geladinhos Gourmet.

"A gente é de Sorocaba, viemos pra Campo Grande em busca de emprego para o meu marido há um ano e meio, no ramo da serralheria. No começo encontramos mas já faz um tempo que ele está sem nada. Isso aqui veio pra ser uma renda extra mas acabou que ele se envolveu, meus filhos, e se tornou a fonte de renda da nossa família", conta ela, ainda surpresa com tamanha aceitação dos campo-grandenses.

As receitas foram elaboradas por eles, em cerca de dois meses que ficaram amadurecendo a ideia do novo negócio. Ao todo, são nove sabores, todos a base de leite ninho. A mistura tem Nutella, sensação, Oreo, paçoca, chocolate, mousse de maracujá, mousse de morango e Laka. Qualquer um sai a R$ 3,00. 

O capricho do Din Din é o que chama atenção de quem passa pela avenida. "Quem compra com a gente pede pra tirar foto pra postar nas redes sociais, senta no banquinho que a gente tem ali, e se acomoda. Tem sido muito bacana".

Parece que não, mas a rotina deles mudou muito, e ficou bem mais corrida do que antes. Agora eles chegam cedo no ponto escolhido durante a semana, saem de lá por volta das 18h, chegam em casa, e começam a preparar os geladinhos. Nesse processo vão até meia noite. "Os que fazemos hoje serão vendidos depois de amanhã pra dar o tempo certo deles".

Por dia, eles vendem mais ou menos 150 pacotinhos de geladinhos gourmet. "Nosso público maior é o pessoal que trabalha na região mesmo. Quando eles não podem vir buscar, eu me responsabilizo a entregar pra eles se for meio próximo ao nosso ponto".

E nos fins de semana eles não param não! Vão para as feiras do Novos Estados e do Piratininga, além de se moverem para a porta de alguns grandes eventos quando é o caso. "Também começamos a fazer eventos, festas de aniversário, de empresas, o que vier".

Tem dado tão certo que o casal já está preparando mais uma bike pra ficar estacionada na Barão do Rio Branco. 

Por enquanto eles só aceitam pagamento em dinheiro, mas vão incluir o cartão de débito e crédito a pedido dos clientes. 

Curta o Lado B no Facebook e no Instagram.