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Lado Rural

ABPO bate recorde no abate de bovinos orgânicos em 2022

Em nota, associação informa que mais de 78 mil cabeças de gado foram destinadas aos frigoríficos

José Roberto dos Santos | 03/02/2023 13:55
Bovinos criados a pasto no sistema orgânico; área certificada só cresce. (Foto: Divulgação)
Bovinos criados a pasto no sistema orgânico; área certificada só cresce. (Foto: Divulgação)

Os pecuaristas sul-mato-grossenses associados à ABPO (Associação Pantaneira de Pecuária Orgânica e Sustentável) bateram novo recorde de abates em 2022, chegando ao volume de 78.337 cabeças destinadas aos frigoríficos. O volume representa 87,55% a mais do que o abatido em 2021. Os dados foram publicados pela Agência Safras.

Além disso, o programa do governo estadual de Mato Grosso do Sul, que diminui o ICMS daqueles produtores que optam por esses sistemas de produção, orgânico ou sustentável, no Pantanal, totalizou R$ 9,1 milhões em bonificações aos pecuaristas, segundo a Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).

De 2021 para 2022 a área certificada para esses sistemas de produção, orgânico e sustentável no Pantanal, avançou em 54,7%, passando de 713.612 hectares, para 1.103.712 hectares. Já o número de associados à ABPO, que administram essas áreas chegou a 96, saindo de um total de 38 associados, no período de um ano.

“O volume crescente de abates representa que a classe produtora está cada vez mais engajada em produzir de forma estratégica e consciente. Já os recursos gerados, via desconto do ICMS, deixam claro que políticas públicas eficientes, geram resultados práticos, como a maior produção de proteínas com origem certificada, por meio de um modelo rígido de produção. Esse modelo respeita não só o meio ambiente e as questões sociais, mas também o bolso do empreendedor rural”, pontua o presidente da ABPO, Eduardo Cruzetta.

Carbono neutro

Segundo a Semadesc os avanços dos abates têm relação direta com o Programa Carne Sustentável do Pantanal e à adesão do produtores ao projeto, que oferece desconto de ICMS de 50% à produção sustentável e 67% àqueles que optam pelo modelo de produção orgânico. Uma das ações que vai ao encontro da meta de tornar Mato Grosso do Sul carbono neutro, até 2030.

O diretor executivo da ABPO, Silvio Balduíno, lembra que neste formato de valorização da pecuária, ganha o consumidor, o produtor rural, o meio ambiente e a sociedade. “Trabalhamos pela valorização desses pecuaristas, que têm aderido ao sistema sustentável de produção em diversos biomas, a exemplo do que acontece no Pantanal de Mato Grosso do Sul. Este é um caminho sem volta”, finaliza.

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