Arroba do boi gordo oscila em MS e volta ao dia do embargo chinês
Suspensão das exportações para a China completa 15 dias e setor continua na expectativa de desembargo
O ritmo de negócios envolvendo boi gordo segue bastante lento no mercado brasileiro, contexto que vem mantendo enfraquecidos os preços da arroba. Segundo pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), o setor pecuário nacional trabalha com cautela, à espera do retorno dos envios de carne bovina à China – os embarques ao país asiático estão suspensos desde o dia 23 de fevereiro, conforme exige protocolo estabelecido entre o Brasil e a China em casos de registros de “mal da vaca louca”, ainda que atípicos.
Em Mato Grosso do Sul a cotação do boi gordo em 23 de fevereiro, data do embargo, era em média de R$ 259,00. Permaneceu inalterada e fechou o mês de fevereiro nesse patamar.
Abriu o mês de março em queda, cotada a R$ 254,00, já na ressaca da suspensão das exportações para a China. Recuperou-se na primeira semana, marcando posição em R$ 256,00 a arroba e depois R$ 259,00, conforme fechamento desta quinta-feira, 9, pelas cotações coletadas pela Scot Consultoria.
O Ministério da Agricultura já confirmou, no início deste mês, que o caso, verificado no Pará no dia 22 de fevereiro, foi “atípico”, ou seja, foi gerado de forma espontânea no organismo do animal, sem trazer riscos ao rebanho brasileiro e à saúde dos consumidores da carne bovina.
Expectativas de retorno
O superintendente Federal da Agricultura de Mato Grosso do Sul (SFA-MS), Celso Martins, afirmou durante entrevista dada ao programa Caminhos do Produtor, no canal Agrobrasil, que a expectativa das autoridades é que a retomada das vendas ocorra o mais breve possível. "Tudo vai depender da China, que irá analisar a robustez do sistema de vigilância brasileira, como o País se comportou na resposta ao caso depois da identificação, quanto tempo levou para encaminhar as amostras à análise."
Segundo o superintendente há ainda um processo em trâmite de apresentação dos resultados para as autoridades chinesas, após a confirmação de "mal da vaca louca" atípico pelo laboratório de Alberta, no Canadá. "Mas a expectativa é de liberação a qualquer hora", avaliou.