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Lado Rural

MS aguarda suspensão dos embargos à carne bovina brasileira

Por regra mais justa, ruralistas reforçam necessidade de mudanças no protocolo sanitário

José Roberto dos Santos | 03/03/2023 10:56
Bovinos criados para exportação; entre outras regras, China exige que animais tenham garantia de rastreabilidade. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)
Bovinos criados para exportação; entre outras regras, China exige que animais tenham garantia de rastreabilidade. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

O Mapa (Ministério da Agricultura e Pecuária) divulgou nota técnica nesta sexta-feira, comunicando a confirmação do resultado de "mal da vaca louca" atípico detectado em um animal de 9 anos na cidade de Marabá (PA). A análise ficou a cargo do laboratório de referência da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal), em Alberta, no Canadá.

O resultado foi comemorado pelo secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação)."Isso é muito positivo para a pecuária de Mato Grosso do Sul. E novamente como havia ocorrido no caso anterior se confirma que a infecção ocorre em apenas um animal e decorre da idade do bovino que desenvolveu características similares de doença iguais a da vaca louca", salientou o secretário.

Jaime Verruck destacou ainda que um ponto importante agora é a necessidade de se restabelecer rapidamente a exportação de carne para a China e retirar o embargo. "Em Mato Grosso do Sul temos três frigoríficos credenciados para exportação de carne bovina para China e isso cria uma situação de equilíbrio e melhorias de preços para a arroba. Por isso é importante que imediatamente o Mapa faça o desembargo", acrescentou.

"É importante que o desembargo da carne seja feito imediatamente", ressaltou Verruck. Agora trata-se de uma questão diplomática para a liberação, visto que tecnicamente já foi comprovado que trata-se de um caso atípico de "mal da vaca louca".

Normalmente pós anunciação dos resultados técnicos tem-se um período de demora por parte dos chineses para retirar esse embargo. "Mas acho que a pressão tanto do governo do Estado, que já solicitou a retirada através da Semadesc, e também por parte do governo federal, através do Ministério da Agricultura, que também tem essa preocupação diante da representatividade que o mercado chinês tem na compra de carne bovina brasileira, isso deve ocorrer em breve", avalia o secretário.

Cresce movimento para mudar protocolo sanitário

Em MS, a Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul) deflagrou um movimento para mudar as regras do protocolo sanitário mantido desde 2015 entre Brasil e China, o mesmo que foi usado para suspender as exportações diante dessa suspeita de "mal da vaca louca".

Na opinião do presidente da entidade, Guilherme Bumlai, não há razões para embargar a exportação de carne em âmbito nacional quando a suspeita é detectado em um determinado estado. "O próprio Ministério da Agricultura advoga nessa tese de mudar o protocolo".

Para Bumlai, os produtores vão continuar fazendo pressão junto às autoridades públicas para que o embargo seja suspenso o mais rapidamente possível.

Boi-China

Além da inexistência do "mal da vaca louca", a China exige que os bovinos devem ser nascidos e criados em território brasileiro, ter no máximo quatro dentes incisivos permanentes, ter menos de 30 meses de idade no momento do abate, com GTA (Guia de Trânsito Animal) especificando a idade compatível, sem indícios de febre aftosa reconhecido pela OMSA (Organização Mundial da Saúde Animal) e com garantia de rastreabilidade.

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