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Lado Rural

BNDES aprova R$ 800 milhões para nova esmagadora de soja da Copasul

Inauguração é em 2026 e deve beneficiar cerca de 1 milhão de toneladas do grão por ano, gerando 150 empregos

Por José Roberto dos Santos | 02/02/2024 10:42
Croqui da nova unidade de processamento de soja da Copasul. (Foto: Divulgação)
Croqui da nova unidade de processamento de soja da Copasul. (Foto: Divulgação)

O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) aprovou financiamento de R$ 800 milhões para a construção de uma unidade de processamento de soja da Copasul (Cooperativa Agrícola Sul-mato-grossense), sediada em Naviraí, município a 360 quilômetros de Campo Grande. O empreendimento terá um investimento total de R$ 1,4 bilhão, sendo R$ 1 bilhão voltado exclusivamente para a indústria e outros R$ 400 milhões destinados à ampliação da capacidade de armazenagem de grãos nos silos da Copasul, assegurando o atendimento à demanda da fábrica.

Segundo nota distribuída à imprensa nesta quinta-feira pela cooperativa, com o início das obras previsto para março e uma estimativa de dois anos para conclusão, a indústria tem a inauguração prevista para 2026. A unidade de processamento de soja da Copasul vai gerar 150 empregos diretos e beneficiar cerca de 1 milhão de toneladas do grão por ano. A fábrica deve adicionar R$ 3 bilhões à receita anual da cooperativa quando estiver em operação, sendo parte essencial para alcançar a meta de faturamento na casa dos R$ 10 bilhões/ano até 2026.

“Em nossa análise, o impacto mais importante é a agregação de valor que teremos na soja, que fortalecerá ainda mais o nosso cooperado e vai beneficiar toda a comunidade. Acredito que a Copasul e a comunidade de Naviraí presenciarão um ciclo de prosperidade a partir da implantação da indústria”, projetou na nota à imprensa o presidente executivo da Copasul, Adroaldo Taguti.

O financiamento é o primeiro contratado pela Copasul diretamente com o BNDES. A maior parte do valor é financiado com recursos do próprio banco, sendo o restante complementado por programas agrícolas do Plano Safra, como o PCA (Programa para Construção e Ampliação de Armazéns) e o Prodecoop (Programa de Desenvolvimento Cooperativo para Agregação de Valor à Produção Agropecuária), conforme divulgou o BNDES. A cooperativa investirá outros R$ 200 milhões de recursos próprios na fábrica.

“O financiamento diretamente pelo BNDES é um destaque deste empreendimento. Acredito que a qualidade do projeto e das respostas durante a análise da equipe do banco resultaram em sua homologação. Isso é uma demonstração de que nossa proposta está alinhada com as diretrizes estratégicas de apoio e incentivo à industrialização do Governo Federal. Ficamos honrados e orgulhosos desta aprovação”, celebrou Taguti.

“O apoio à cooperativa está alinhado à estratégia de ampliar os investimentos em armazenagem nas diversas regiões do país, além de contribuir para fortalecer a competitividade do complexo agroindustrial brasileiro”, analisou o diretor de Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior do BNDES, José Luís Gordon.

Plano estadual de agroindustrialização

Em âmbito estadual, o projeto entra em consonância com a visão do Governo de MS de incentivar a agroindustrialização e agregar valor às commodities locais. Conforme destacou o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS, Jaime Verruck, o governo estadual oferece estrutura de incentivos fiscais e também apoia iniciativas de cooperativismo por meio de programas como o Procoop (Programa Estadual de Desenvolvimento e Fortalecimento do Cooperativismo no Mato Grosso do Sul) e linhas do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) para garantir a competitividade do setor. “O projeto da Copasul se alinha à estratégia do governo do estado de agregar valor e também da expansão da base de cooperativismo de Mato Grosso do Sul, que nós consideramos um fator primordial para o desenvolvimento do estado”, ressaltou Verruck.

A nova indústria da Copasul

A Unidade Industrial de Processamento de Soja vai gerar 150 empregos diretos e cerca de 1.900 indiretos quando estiver em pleno funcionamento - uma geração de renda, em salários, da ordem de R$ 4,2 milhões por ano. O empreendimento vai adicionar cerca de R$ 3 bilhões ao PIB de Mato Grosso do Sul e recolher R$ 230 milhões em impostos anuais para os cofres públicos.

A indústria terá capacidade para processar 3 mil toneladas de soja por dia, ou cerca de 1 milhão de toneladas/ano, transformando o grão em 730 mil toneladas de farelo de soja, 185 mil toneladas de óleo degomado bruto e 33 mil toneladas de casca peletizada. Entre os principais destinos para os produtos estão a fabricação de biodiesel, de rações e refino de óleo, além do mercado de exportações.

A unidade representará um aumento de 20% da capacidade de processamento de soja de Mato Grosso do Sul, que vai saltar das atuais 14,5 mil toneladas para 17,5 mil toneladas diárias.

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