Com custo 27% maior, MS deve plantar 2,3 milhões de hectares de milho
Plantio nacional do grão em MS foi lançado hoje em evento na Famasul; produção deve crescer 5,3%
Com uma previsão de plantio de 2,3 milhões de hectares, foi lançada nesta quarta-feira, 15, em Campo Grande (MS), o Projeto Mais Milho, que marca a abertura nacional do plantio da segunda safra de milho em Mato Grosso do Sul. Durante a palestra "O cenário do milho no Brasil e em MS", o diretor-executivo da Abramilho (Associação Brasileira dos Produtores de milho), Glauber Silveira, lembrou que nos últimos 50 anos a área plantada com o grão em MS cresceu 17 vezes, enquanto a produção aumentou 48 vezes e a produtividade do milho saiu de 30 para 93 sacas por hectare no período.
Para André Dobashi, presidente da Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso do Sul), entidade que promoveu o evento na seda do Sistema Famasul, devido às adversidades climáticas os agricultores trabalham com uma janela apertada para plantar o grão, então é preciso mais que nunca se calçar na ciência para garantir uma boa safra.
Dobashi lembra que este ano o custo de produção do milho aumentou 27%, com fertilizantes, mecanização e outros insumos, chegando a R$ 1.600,00 por hectare. O calendário de semeadura de milho segunda safra se entende até 31 de março, de acordo com a determinação do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento).
A revolução do milho
Para o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) que representou o governador Eduardo Riedel no evento, "estamos vivendo uma revolução na cultura do milho em Mato Grosso do Sul. E não digo apenas no tamanho da safra que neste ano deve crescer 5,3% em MS e com previsão de mais de 11 milhões de toneladas produzidas".
O secretário se referiu ao encadeamento da produção e agregação de valor a outros produtos como o etanol de milho, com a chegada de indústrias como a Inpasa (de Dourados) e a Neomille, em Maracaju. "Este é o caminho que defendemos de consumir cada vez mais o milho no mercado interno. Tudo para transformar MS em um Estado multiproteína animal", ressaltou.
O Estado vem aumentando do processamento do milho para atender os setores da avicultura e suinocultura. Com o uso do milho na fabricação de etanol, o MS passar a consumir internamente 30% de toda a sua produção do grão. "O grande desafio hoje é converter em milho a maior área possível destinada para a soja e driblar os riscos climáticos – para este último a saída será investir em irrigação", ressalta Verruck.
Em relação ao ano passado, o plantio do milho – devido ao aumento das chuvas nesse período – já está com um atraso de 15%. Hoje, pelo Sigo (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) o MS tem entre 4% e 5% da área prevista plantada.