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Lado Rural

Com "pó de rocha" em plantio, colheita de soja orgânica tem início hoje em MS

Agricultores farão ato para dar início ao período de colheita, em assentamento na região de fronteira

Guilherme Correia | 23/03/2022 10:40
Plantação de soja no município de Ponta Porã. (Foto: Divulgação)
Plantação de soja no município de Ponta Porã. (Foto: Divulgação)

Cultivo com "pó de rocha" é uma das técnicas usada por agricultores sul-mato-grossenses, em plantação de soja na região de fronteira com o Paraguai, e nesta quarta-feira (23), produtores do MST (Movimento Sem Terra), no Estado, dão início à colheita de soja orgânica no Assentamento Itamarati II, em Ponta Porã.

O ato no município distante 313 quilômetros de Campo Grande contará com presença de representantes regionais e nacionais do movimento.

De acordo com artigo "Uso de 'pó de rocha' em sistemas de produção agrícola", elaborado por pesquisadores da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária), IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) e UCDB (Universidade Católica Dom Bosco), este método é antigo e é uma alternativa para melhor as condições do solo.

"Resultados positivos como, aumento de pH, melhora da estrutura do solo e suprimento de macro e micronutrientes têm sido apontados em trabalhos conduzidos por pesquisadores, grupos de estudos e agricultores ao utilizarem pó de rocha em substituição total ou parcial dos fertilizantes. Os principais resultados e o maior número de pesquisas, são observados no âmbito da agricultura familiar e em sistemas agroecológicos de produção", diz a pesquisa.

No local, são 14 hectares deste plantio, com média de 35 toneladas de produtos, e em publicação enviada ao Campo Grande News, o produtor Djones Ambrust explica que foram 125 dias de plantio, todo feito na enxada.

“Trabalham até 15 pessoas e a diária é de R$ 90 reais e o recurso fica na comunidade. Se fosse soja transgênica o dinheiro iria para uma empresa internacional. A soja orgânica fica na comunidade, vizinhos e amigos que prestam o serviço."

A soja sem agrotóxicos é usada como ração para a granja de ovos orgânicos da empresa Raiar Orgânicos, em Avaré (SP). Esta indústria está em seu primeiro ano de atividade e já é uma das principais produtoras de ovos orgânicos do Brasil, com quase 700 mil galinhas caipiras.

Conforme o MST, para atender a demanda da indústria no País, serão necessários 25 mil hectares de milho, soja, sorgo e aveia orgânicos.

Movimento - O MST está presente em 24 estados brasileiros, nas cinco regiões do Brasil, com quase 450 mil famílias assentadas - muitas permanecem no grupo, mesmo após a conquista da terra.

Na produção, são usados produtos certificados pelo MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para a produção de orgânicos. “Os produtos são de origem natural e jamais prejudicarão o meio ambiente", afirma Ambrust.

"A sustentabilidade nos dá tranquilidade sobre os cuidados ambientais, os cuidados humanos, saber que as pessoas vão conseguir se alimentar com ovos orgânicos que vão ser usados para a produção do macarrão, pães, de massas em geral também”, completa.

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